JMJ 2023: Papa viveu «dias inesquecíveis», com mensagens para todos e desafios aos jovens

Francisco passou por Lisboa, Cascais, Fátima e Algés

Lisboa, 06 ago 2023 (Ecclesia) – O Papa Francisco terminou hoje a sua segunda visita a Portugal, depois de ter vivido “dias inesquecíveis” na Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, pedindo aos jovens para ser “surfistas do amor”.

“Seja o serviço da JMJ a primeira de tantas ondas boas; cada vez sereis levados mais alto, mais perto de Deus, e isto permitir-vos-á ver duma perspetiva melhor o vosso caminho”, apelou o Papa, no encontro com mais de 25 mil voluntários da JMJ, depois de evocar a onda gigante da Nazaré.

Na Missa de envio dos jovens de 150 países, o Papa pediu aos jovens que “não tenham medo” da vida, falando aos 1,5 milhões de participantes na JMJ 2023.

“Ele [Jesus] diz-lhes hoje, aqui em Lisboa, nesta Jornada Mundial da Juventude: não tenham medo! Não tenham medo, animem-se, não tenham medo!”, referiu, na homilia da celebração, sublinhada com uma salva de palmas dos peregrinos dos cinco continentes.

Francisco destacou a “bonita” experiência da JMJ, iniciada na última terça-feira, e quis deixar uma pergunta aos jovens: “Que levamos connosco?”.

O dia de sábado começou com uma passagem pelo Santuário de Fátima, centrada no contacto direto com os peregrinos, especialmente as pessoas com deficiência e seus acompanhantes, além de jovens reclusos, propondo uma Igreja sem “portas”.

O Papa presidiu à vigília no Parque Tejo, onde arte e tecnologia ajudaram a aprofundar o sentido espiritual deste encontro.

Francisco encurtou o seu discurso, mas deixou vários conselhos aos mais novos, num registo mais coloquial.

Foto: JMJ Lisboa 2023/Sebastião Roxo

Na sexta-feira, o Papa encontrou-se com uma mulher que nasceu no dia 13 de maio de 1997, recebeu a jovem Edna, que sofre de uma doença rara, confessou três jovens na Cidade da Alegria, em Belém e disse, no encontro com instituições sociais, no Bairro da Serafina, que não se pode ter “vergonha da pobreza”.

Numa agenda preenchida, para além do programa divulgado, o Papa encontrou-se com líderes religiosos, almoçou com peregrinos da JMJ, e refletiu, numa apresentação artística da Via-Sacra, na Colina do Encontro, sobre preocupações como a guerra, desemprego, solidão, dependência digital, perseguição religiosa e alterações climáticas.

Um dia antes, Francisco defendeu uma nova visão para atividade económica e política, a partir da Universidade e deu a pincelada final ao “maior mural educativo do mundo”, pintado por iniciativa do projeto ‘Scholas Cascais’.

No primeiro encontro com os peregrinos da JMJ Lisboa 2023, o Papa alertou os jovens para as “ilusões” e manipulações do mundo virtual e dos algoritmos.

“Muitos, hoje, sabem o teu nome, mas não te chamam pelo nome. Com efeito, o teu nome é conhecido, aparece nas redes sociais, é processado por algoritmos que lhe associam gostos e preferências. Mas tudo isso não interpela a tua singularidade, apenas a tua utilidade para pesquisas de mercado”, disse, na cerimónia de acolhimento, que decorreu na Colina do Encontro (Parque Eduardo VII).

No primeiro dia em Portugal, depois de se ter encontrado com o presidente da República e alertado as lideranças da sociedade portuguesa para os problemas ecológicos, desafiando a Europa a encontrar um “novo rumo”, também na construção da paz, Francisco esteve no Mosteiro dos Jerónimos.

“Na barca da Igreja, deve haver lugar para todos: todos os batizados são chamados a subir para ela e lançar as redes, empenhando-se pessoalmente no anúncio do Evangelho”, referiu, na homilia da oração de Vésperas a que presidiu esta tarde, perante bispos, membros do clero e Institutos de Vida Consagrada, seminaristas e agentes pastorais.

Ainda antes do final do dia, o Papa encontrou-se com vítimas de abusos sexuais e pediu à Igreja para ouvir os seus “gritos de sofrimento”.

A viagem de cinco dias, a maior de um pontífice a Lisboa, incluiu um “obrigado, Lisboa”, que Francisco apresentou como a “cidade dos sonhos”.

Lisboa passou o testemunho à cidade que vai acolher a próxima Jornada Mundial da Juventude para 2027, Seul, capital da Coreia do Sul.

PR/OC

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