Igreja/Portugal: D. Rui Valério e D. Daniel Henriques foram ordenados bispos

Lisboa, 25 nov 2018 (Ecclesia) – O novo responsável pela Diocese das Forças Armadas e de Segurança, D. Rui Valério, e o novo auxiliar do Patriarcado de Lisboa, D. Daniel Henriques, foram hoje ordenados bispos no Mosteiro dos Jerónimos.

A celebração foi presidida pelo cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, e teve como bispos co-ordenantes D. Manuel Linda, bispo do Porto, e D. José Traquina, bispo de Santarém.

Antes da ordenação, foram proclamados publicamente os mandatos apostólicos, do Papa, por pelo núncio apostólico (embaixador da Santa Sé em Portugal), D. Rino Passigato.

O texto pontifício sublinhou, a respeito de D. Rui Valério, a importância de prover ao “cuidado espiritual dos militares e agentes de segurança”.

O mandato de nomeação episcopal de D. Daniel Henriques referiu as “necessidades da Igreja patriarcal de Lisboa” que levam à escolha de novo auxiliar, em resposta a um pedido do cardeal-patriarca.

O cardeal-patriarca sublinhou, no início da celebração, que desde 1931 não se realizava em Lisboa uma ordenação conjunta de dois bispos (os então auxiliares D. Ernesto Sena de Oliveira e D. João da Silva Campos Neves, ordenados a 25 de julho de 1931), falando num momento que realça a “colegialidade” episcopal.

Na sua homilia, D. Manuel Clemente, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, propôs a todos os participantes a “realeza do serviço” de Jesus, na solenidade de Cristo-Rei do Universo, que encerra o calendário litúrgico católico.

O Reino de Jesus, acrescentou, cresceu por causa da “verdade inteira que transporta” sobre Deus e o ser humano, no que tem “de mais essencial e profundo”.

“Quando isto se esquece ou contrafaz, não crescemos como Igreja de Cristo”, advertiu.

Este reino, sustentou o cardeal-patriarca, acontece em particular onde “a Igreja é pobre e perseguida”.

“O Cristianismo é hoje a religião mais perseguida do mundo”, lamentou.

O presidente da celebração desafiou, em conclusão, os novos bispos a um “serviço total e pronto”.

A Liturgia da Ordenação inclui a apresentação dos eleitos, que prometem fidelidade ao Papa; a sua prostração; a imposição das mãos; a entrega do Livro dos Evangelhos e das insígnias – o anel, símbolo da fidelidade à Igreja; a mitra, que evoca o “esplendor da santidade”; o báculo, que significa a missão de “pastor”.

A Missa foi concelebrada por dezenas de sacerdotes e cerca de uma vintena de bispos de várias dioceses portuguesas, contando com a presença de autoridades civis e militares.

Os novos bispos foram saudados pela assembleia com uma salva de palmas, aquando da procissão de entrada para a celebração e após a ordenação episcopal; após a Comunhão, os dois prelados abençoaram os participantes, durante vários minutos, sob os aplausos dos presentes.

D. Rui Valério foi nomeado por Francisco como bispo das Forças Armadas e das Forças de Segurança, no dia 29 de outubro, tendo escolhido como lema episcopal ‘in manibus tuis’ (nas tuas mãos), evocando o abandono nas mãos de Deus; as armas de fé incluem uma referência a Nossa Senhora de Fátima e uma referência ao carisma da família religiosa monfortina, a que pertence.

Falando no final da Missa desta tarde, o novo bispo manifestou a sua intenção de “aproximar-se” e “ir ao encontro” de todos, na sua missão, manifestando satisfação pela presença do ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, como sinal de “agradecimento e apreço” da ação da Igreja Católica nas Forças Armadas, bem como de Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna, a quem se apresentou como “leal colaborador” num “setor vital” da sociedade portuguesa, que são as Forças de Segurança.

D. Rui Valério prometeu “total dedicação” ao Chefe do Estado -Maior General das Forças Armadas, o almirante António Silva Ribeiro, saudando os responsáveis da Marinha, do Exército e da Força Aérea, bem como os da GNR e da PSP.

Já o novo bispo auxiliar de Lisboa, D. Daniel Henriques, recordou perante a assembleia a “surpresa” com que recebeu a notícia da sua nomeação, manifestando “total comunhão e gratidão” ao Papa Francisco.

O responsável agradeceu as “palavras de carinho e acolhimento” que recebeu dos vários bispos católicos de Portugal, bem como o “berço de fé e de humanidade” da sua família, antes de evocar o seu percurso de formação cristã e sacerdotal, tendo passado 21 anos como pároco, “algo maravilhoso”.

“A Igreja deve abrir-se um esforço comum de edificação da sociedade”, apelou, ao explicar a presença de jovens casais, que acompanhou no seu ministério, junto dos seus próprios familiares.

A 13 de outubro, o Papa designou D. Daniel Henriques como bispo auxiliar do Patriarcado de Lisboa; o prelado escolheu como lema ‘omnes fontes mei in te’ (todas as minhas fontes estão em ti) e as suas armas de fé evocam a “centralidade da Cruz de Cristo e das Chagas do Senhor”.

OC

Check Also

Nota Pastoral na comemoração dos cinquenta anos do “25 de Abril”

1. Na comemoração do cinquentenário da Revolução de 25 de Abril de 1974 cabe aos …

Sahifa Theme License is not validated, Go to the theme options page to validate the license, You need a single license for each domain name.