Igreja/Política: Conferência Episcopal afirma «preocupações de sempre» diante de novo quadro parlamentar

Reunião do Conselho Permanente do episcopado manifestou «preocupação» pela elevada abstenção nas eleições legislativas,

Fátima, 08 out 2019 (Ecclesia) – O secretário e porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) afirmou hoje que a Igreja Católica manifesta as “preocupações de sempre” de respeito pela dignidade da vida humana no novo quadro parlamentar, respeita a “vontade popular” e alerta para a “elevada abstenção”.

“Numa democracia há que respeitar a pluralidade de opiniões. Quando são contrárias aos grandes princípios da vida e das pessoas temos de cuidar para que isso não aconteça”, afirmou o padre Manuel Barbosa.

Em declarações aos jornalistas após a reunião do Conselho Permanente da CEP, que decorreu hoje em Fátima, o porta-voz do episcopado disse que não foram analisadas situações “concretas” da nova composição parlamentar que resultou das eleições legislativas.

Agência ECCLESIA/PR, padre Manuel Barbosa

O secretário da CEP disse que a primeira atitude é de “respeito” pela vontade popular, acrescentando que Conselho Permanente manifestou preocupação pela abstenção, a “maior em eleições legislativas”, pedindo aos agentes políticos que a analisem e afirmando que pode estar em causa a “dignificação da ação política”.

O Conselho Permanente referiu também a necessidade dos responsáveis políticos eleitos para Assembleia da República “cuidarem da estabilidade, da paz social e da justiça”, fomentando a “solidariedade social na atenção aos mais pobres e às Instituições de Solidariedade Social”.

O porta-voz da CEP alertou para a necessidade de salvaguardar o “respeito pela dignidade humana integral”, dos valores da vida, da família e todos os que constam do crescimento de uma sociedade na harmonia e na paz”.

“Estaremos aí para afirmar aquilo em que acreditamos. Também somos voz na sociedade em que estamos”, referiu.

O padre Manuel Barbosa manifestou preocupação por “possíveis efeitos negativos” na conjuntura europeia e mundial que possam “pôr em causa o crescimento económico e o bem comum”, dando por exemplo o “Brexit”.

O porta-voz da CEP disse também que os bispos portugueses estão a acompanhar os trabalhos do Sínodo da Amazónia, a decorrer no Vaticano, esperando que “daí possam vir sugestões para a Igreja e para a presença da Igreja nesse local”.

“O Sínodo é um processo”, lembrou o padre Manuel Barbosa, acrescentando que as conclusões não são conhecidas no início, mas no fim e referindo que questões como a ordenação de homens casados é “um dos 147 pontos”, e diz respeito à Amazónia e às “zonas mais remotas”, para que “tenham a vida cristã e a celebração da sua fé”.

“Veremos o que o Sínodo dirá e o que vai apresentar ao Papa Francisco daqui a três semanas”, sublinhou.

O porta-voz da CEP disse ainda que o Conselho Permanente manifestou “pesar” pelo falecimento de Freitas do Amaral, que teve um “papel relevante na consolidação da democracia em Portugal”, e de Manuela Silva, uma “mulher de causas sociais” onde colocava “testemunho e empenhamento”, seja no ensino superior, na administração pública e na direção da Comissão Nacional Justiça e Paz e, mais recentemente, na Rede Cuidar da Casa Comum.

Os trabalhos da reunião do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa foram também de preparação da Assembleia Plenária do episcopado, que vai decorrer de 11 a 14 de novembro, onde a análise da tradução portuguesa do Missal Romano e da preparação da edição da Jornada Mundial da Juventude em Portugal vão ser os dois temas principais são.

PR

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