FORTALEZA

No seguimento da prudência e da justiça, a terceira das virtudes cardeais é a fortaleza. Estas virtudes principais são os eixos fundamentais da vida boa. A fortaleza é um dom sobrenatural, qual dom do Espírito Santo. Mas é também uma virtude natural. Como a aplicamos? É uma atitude humana que devemos gerir.

O que é?  Uma energia ou uma força que nos leva a não desistir de conseguir um bem, mesmo que esteja em perigo de vida. O perigo irascível acontece, ou seja, o enervar-se é natural. A ira tem um uso recto. A coragem é o recto uso da ira. Uma pessoa irada é como alguém que parte na condução de um carro sempre em 6ª velocidade. A fortaleza é, com efeito, a energia bem canalizada para conseguir o fim que é o Bem pessoal e o Bem comum. A virtude da fortaleza é a virtude humana que guia o nosso procedimento segundo a razão e a fé. Assim o relembra o Catecismo da Igreja Católica: «A fortaleza é a virtude moral que, no meio das dificuldades, assegura a firmeza e a constância na prossecução do bem. Torna firme a decisão de resistir às tentações e de superar os obstáculos na vida moral. A virtude da fortaleza dá capacidade para vencer o medo, mesmo da morte, e enfrentar a provação e as perseguições. Dispõe a ir até à renúncia e ao sacrifício da própria vida, na defesa duma causa justa. “O Senhor é a minha fortaleza e a minha glória” (Sl 118,14). “ No mundo haveis de sofrer tribulações: mas tende coragem! Eu venci o mundo!” (Jo16,33» (nº1808).

Há uma oração que a Liturgia reza no Tempo Comum e que expressa bem o sentido da fortaleza: «Deus misericordioso, fortaleza dos que esperam em Vós, atendei propício as nossas súplicas; e, como sem Vós nada pode a fraqueza humana, concedei-nos sempre o auxílio da vossa graça, para que as nossas vontades e ações Vos sejam agradáveis no cumprimento fiel dos vossos mandamentos».

Hoje exalta-se muito a força física. Contudo, na realidade, cada pessoa apercebe-se constantemente da sua fragilidade, particularmente na dimensão espiritual e moral, cedendo a muitas tentações. Com efeito, para perdoar e resistir às múltiplas provações é necessária a virtude da fortaleza.

A fortaleza empurra sempre para o Bem e protege o coração no caminho da vida. Quem não tem coragem e confiança, perdeu o coração.

D. José Cordeiro

Fonte: Semanário Ecclesia nº 1486

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