Férias: «Quantos de nós conhecemos verdadeiramente o percurso pedestre que leva a esta ou aquela cidade?» – Gonçalo Cadilhe

Livro «Por este Reino Acima» relata, em paralelo, o caminho feito pelo autor e a viagem ficcionada que Santo António terá feito há 800 anos

Foto: AE/SN

Lisboa, 21 ago 2020 (Ecclesia) – Gonçalo Cadilhe apresenta no seu livro “Por Este Reino Acima” uma caminhada para descobrir o país, à semelhança do que fez Santo António de Lisboa, há 800 anos.

“Muito do que conhecemos é espaço urbano, temos ideia que conhecemos mas quantos de nós conhecemos verdadeiramente o percurso pedestre que leva a esta ou aquela cidade? Aliar o conhecimento de património edificado mas chegar caminhando, eu conquistei o caminho com o meu esforço cheguei lá”, destaca o autor em declarações à Agência ECCLESIA.

Gonçalo Cadilhe reconhece que a ideia deste percurso vem depois do anterior livro “Nos Passos de Santo António”, onde percorreu vários locais do mundo por onde terá passado o santo de Lisboa mas “a primeira viagem que terá feito tinha ficado de fora”. 

“A primeira viagem da vida dele terá ficado de fora desse livro e essa viagem foi feita a pé e assim, no seguimento do meu interesse pela biografia do santo e a paixão por caminhar, eis o novo livro, a minha caminhada de Lisboa até Coimbra, duas cidades principais do reino, na altura”, conta. 

A obra “Por este Reino Acima” relata, em paralelo, o caminho feito por Gonçalo Cadilhe, durante oito dias e mais de 200 km, e a viagem ficcionada que Santo António terá feito há 800 anos, numa altura em que “viajar não era comum”.

Ao fim de oito dias a caminhar nestes espaços rurais, e depois de viver fechado num convento e no espaços atrofiado da Lisboa medieval, acredito que Santo António deve ter tido uma catarse, nunca mais terá sido o mesmo e, quem sabe, se não terá sido este caminho que o fez descobrir a sua predisposição para abandono da Ordem de Santo Agostinho e se tornar franciscano”. 

Gonçalo Cadilhe, que volta a viajar no seu país 30 anos depois e a seguir cartas topográficas, “como fazia nos tempos de escuteiro”, também viveu momentos de catarse a caminho. 

“No meu caso não foi epifania mas no meu próprio país, perante a situação da minha vida sedentária e familiar, à distância de poucos quilómetros consigo encontrar um ambiente tão imaculado que permite uma introspeção, uma revisão, talvez um ‘reset’ de tudo o que deixamos de ser na vida agitada que levamos, também posso falar em catarse e, chegado ao fim do livro, que é o fim do caminho, é um sentimento que evoluí para alguém que estava dentro de mim e que veio ao de cima e se manifestou caminhando”, explica.

Foto: AE/SN

Em cerca de 200 páginas a obra deixa dicas para o caminho, mas também sugestões de passagens que podem fazer a diferença, em tempo de pandemia.

“Entre Rabaçal e Conímbriga há um pedaço de trilho maravilhoso, fácil de identificar, e depois de caminhar e tem o bónus de poder visitar Conímbriga; outra cidade a visitar é Tomar que reconheço ser uma jóia, uma cidade que se conseguiu manter apelativa do ponto de vista turístico”, desvenda. 

A entrevista com Gonçalo Cadilhe é o mote do programa 70×7 do próximo domingo, na RTP2, pelas 17h30. 

SN

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