FAZER SILÊNCIO

Para escutar bem é necessário fazer silêncio. No meio o barrulho, da algazarra, é impossível ouvir com nitidez, prestar atenção. E se Deus só fala no silêncio, na brisa ligeira do profeta Elias, então é necessário atitude interior de silêncio, para escutar a voz do Senhor.

Sem silêncio não há oração, não se houve o Senhor. Se a oração é diálogo, precisamos de O ouvir, de O escutar; caso contrário ficamos no puro monólogo. Ao conversarmos com uma pessoa, se falamos todo o tempo e não lhe damos ocasião a que fale, pergunte, desabafe, questione, peça, não haverá diálogo. Daí o apelo do Senhor: «Prestai atenção…escutai-Me». Talvez por isto mesmo a melhor oração é feita de silêncio para ouvir o que Deus tem para nos dizer, comunicar.

Prestar atenção ao Senhor, como nos diz a carta aos Hebreus: «Por isso é necessário prestarmos a maior atenção às coisas que temos ouvido para que, em tempo algum, nos desviemos delas» (Heb 2,1). E suplicar-Lhe como o Salmista: «Senhor, mostrai-me os Vossos caminhos, e ensinai-me as Vossas veredas. Dirigi-me na Vossa Verdade e ensinai-me, porque sois o Deus da minha salvação» (Sl 26,4-5). Dar graças ao Senhor pela Sua palavra, pois Ela é criadora e gera vida nova no coração daquele que O escuta e O acolhe (Sl 33, 4,6 e 9). Mas só no silêncio atento à Palavra de Deus, ao Senhor que nos fala, só na atitude de Samuel: «Falai, Senhor, que o Vosso servo escuta» (1 Re 3,9) é que poderá haver verdadeira oração; só na atitude de acolhimento da Virgem Maria: «Faça-se em Mim, segundo a tua palavra», haverá verdadeira vida de oração.