Exposição missionária itinerante que está percorrer o país chegou a Faro

Foi ontem inaugurada em Faro a exposição missionária itinerante ‘Pelos Caminhos do Mundo’, promovida pelos Institutos Missionários Ad Gentes (IMAG).

A mostra, que esteve de 3 a 13 deste mês em Vila Real de Santo António, está agora patente nas antigas instalações do banco Santander, gratuitamente cedidas na rua D. Francisco Gomes, junto ao Café Aliança, mantendo-se ali até 28 de julho.

Levada a cabo no Algarve pelo Secretariado de Animação Missionária da Diocese do Algarve, a exposição conta com 14 painéis temáticos e 37 peças etnográficas e religiosas, dos cinco continentes. Na inauguração, o diácono Rogério Egídio, membro daquele secretariado, explicou que a exposição, que está a percorrer o país, “desafia a uma abertura ao diálogo de cultura e religiões, procurando novos dinamismos no diálogo com a sociedade”.

“Esta exposição é como uma ajuda para que um maior número de pessoas possam viver mais intensamente o Ano Missionário Extraordinário [outubro 2018 a outubro 2019] – que foi também proposto pela Conferência Episcopal Portuguesa com o mesmo objetivo que o papa propôs um mês missionário – e que visa despertar ainda mais a consciência da missão ad gentes e de retomar, com novo impulso, a transformação missionária da vida da pastoral”, sustentou.

O diácono considerou ainda a iniciativa “uma experiência de memória dos bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas, e de tantos leigos que viveram e consolidaram a experiência missionária no mundo”. “A exposição é um convite à contemplação como objetivo de interpelar quem a visitar e um estímulo para as comunidades paroquiais e para a sociedade, um convite para o mandato de Jesus: «ide por todo mundo»”, completou na inauguração que contou também com a presença do presidente da Câmara de Faro, Rogério Bacalhau.

Referindo-se aos 14 painéis à entrada, explicou que “apontam para o modo como Deus faz o caminho com as pessoas”. Aquele responsável acrescentou que os seus títulos – substantivos e verbos –, aos quais se juntam pegadas em fundos de cores diferentes “simbolizando cada um dos continentes”, “aludem ao fundamento e estrutura da missão”, a “missão de saída”, e referem-se às “atitudes dos missionários”. “Comunicar significa partilhar e a partilha exige a escuta, o acolhimento”, exemplificou na inauguração que contou com o canto do coro de câmara da Sé de Faro.

O diácono disse ainda que as peças expostas – entre elas cinco presépios que refletem a cultura dos povos do México, Panamá, Belém (Terra Santa), Perú e da região dos Andes – são “provenientes do património ou de pequenos museus de congregações religiosas” em Portugal e têm legendagem com tradução para inglês. “Podem ser mais explicitamente de inspiração cristã, como crucifixos, ou falar de outras matrizes religiosas e traduzir outras culturas”, observou, lembrando que “o missionário tem de fazer o esforço de se inculturar” e que o jogo interativo “pretende colocar os mais novos a percorrer a aventura de correr os caminhos do mundo e da missão”. “Fizemos convites às instituições da nossa cidade para que venham ver a exposição e tragam os mais pequenos que são o futuro da nossa sociedade”, acrescentou.

Lembrando que o bispo do Algarve só não esteve presente “porque está em serviço missionário em Angola”, o vigário geral da diocese algarvia lamentou que “muitas vezes” se olhe para a Igreja “como uma instituição estática”. “A história diz-nos ao contrário. A Igreja é dinâmica, é missionária permanentemente”, defendeu, lembrando que “Jesus Cristo não veio para uma cultura, nem veio criar uma cultura diferente das outras”. “Jesus Cristo veio para iluminar todos os filhos, todas as culturas. Ele só pede que aceitem a sua mensagem, Ele não põe em causa a cultura de ninguém”, complementou, realçando que Jesus veio pedir que todos sejam “irmãos uns dos outros” e que a Igreja é “dos elementos mais importantes na diversidade da cultura”.

A diretora da entidade bancária, proprietária daquele espaço, Ana Verónica, regozijou-se com a utilidade que lhe foi dada que disse ser “bom para a cidade e para todos”.

Aos painéis da exposição – um dos quais alusivo a D. António Barroso, missionário e bispo do Porto, no centenário da sua morte, sobre quem decorre um processo de beatificação –, juntou-se aqui no Algarve um espaço sobre a figura do missionário algarvio beato Vicente de Santo António, de Albufeira, mártir no Japão. A mostra integra ainda uma zona dedicada a experiências contemporâneas de missão realizadas por algarvios, nomeadamente os que integraram o projeto de cooperação e desenvolvimento Boluka Kua Zua (que significa nascer do sol em português), constituído em 2010 com o apoio das irmãs Franciscanas Missionárias de Maria.

A exposição, com entrada livre, está aberta todos os dias, das 10h às 22h, com o apoio do núcleo de Faro da Liga Intensificadora da Ação Missionária (LIAM). Ao longo dos dias em que estará patente ao público contará ainda com um programa repleto de atividades que passam pelo audiovisual, pela música, pela dança, pelo canto e por testemunhos de missionários algarvios, com destaque para o do bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, que foi missionário em Moçambique e Madagáscar, na sessão de encerramento, no dia 28 de julho, pelas 19h. O Grupo Musical de Santa Maria, as comunidades venezuelana, brasileira, ucraniana e cabo-verdiana estarão entre as presenças culturais que preencherão as sextas, sábados e domingos à noite, a partir das 21h.

Os testemunhos apresentados serão hoje, 16 de julho, de Verónica Gonçalves, missionária na Guiné; no dia 17 do padre Pedro Manuel, missionário em Angola; no dia 18 de Andreia Barracha, missionária em Moçambique; no dia 22 de Dina Rochate, missionária no Perú e em Malawi; no dia 23 de Márcia Rodrigues, missionária em Moçambique; e no dia 25 do padre Miguel Neto, missionário em Timor, e de Cristiana Leocádio, missionária na Índia.

 

Fonte: https://folhadodomingo.pt

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