É Domingo. Ao longe, das igrejas paroquiais e doutros lugares de culto dominical, ouvem-se os sinos num toque festivo. Tal sonoridade anuncia algo de novo, quebrando a rotina do quotidiano, por vezes fastidioso e rotineiro. Que se passa? Por quê, em cada domingo, este sinal de festa? Emprestando a sua beleza sonora, os sinos anunciam e gritam o convite de Deus que se quer encontrar com o seu povo.
Deus serve-se de gestos e sinais para convocar os cristãos, começando pelo despertar de uma atitude interior de fé e de desejo de rever os irmãos; o encontro amigo, no adro da Igreja; a atividade programada; o breve ensaio do coro; … enfim, é sempre Ele quem convoca. Deus vai arrancando cada um à sua solidão, ao seu isolamento, para constituir um povo que vive da fé e cuja unidade é o próprio Cristo. A atitude dos cristãos deverá ter como modelo a dos discípulos: Deixando logo as redes, seguiram-no (Mt 1,18).
Os sinos “chamam, dizem que não somos nós que decidimos reunir-nos mas é Outro que nos chama. Quando o sino toca, abandona-se tudo e vai-se.
A presença de Deus manifesta-se na harmonia, envolta nos sinais sacramentais. O decoro e a arte desempenham, neste aspeto, um papel insubstituível, pela sua capacidade de exprimir o invisível.
Fonte:
Livro: Catequeses sobre a Eucaristia
Diocese de Viseu