12 de julho de 2015 – 15º Domingo do Tempo Comum – Ano

Encontramo-nos com Jesus cada Domingo, na Eucaristia. Junto d’Ele carregamos baterias, enchemo-nos da Sua graça e retomamos o entusiasmo para realizarmos a tarefa maravilhosa que Deus nos confiou: a de sermos santos.

Escolheu-nos para ser santos

Deus tem um plano maravilhoso para cada homem. Escolheu-nos desde toda a eternidade não só para existirmos, mas para sermos santos. Em Cristo «nos escolhe, antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis na caridade, na Sua presença» (2.ª leit.)

A santidade não é para uns selectos. Não é apenas para os frades e freiras. É para todos os cristãos. O Concílio Vaticano II veio afirmá-lo claramente, para que ninguém tivesse dúvidas. «Todos os fiéis, seja qual for a sua condição ou estado, são chamados pelo Senhor à perfeição do Pai, cada um por seu caminho» (LG II).

  1. Josemaria vinha lembrando esta verdade do Evangelho, trinta anos antes, desde 1928. Foi incompreendido e até rotulado de herege. Tinha instalado a mentalidade de que ser santo era privilégio daqueles que abandonavam o mundo para seguirem a vida de entrega total a Deus no convento. «Para amar a Deus e servi-Lo, não é preciso fazer coisas extravagantes – diz-nos ele. A todos os homens sem excepção, Cristo pede que sejam perfeitos como o Seu Pai Celeste é perfeito (Mt 5, 48). Na sua grande maioria, os homens, para serem santos, devem santificar o seu trabalho, santificar-se no seu trabalho e santificar os outros com o seu trabalho, encontrando assim Deus no caminho das suas vidas. (S. JOSEMARIA, Temas Actuais do Cristianismo, 55).

Têm de ser santos os religiosos, têm de ser santos os sacerdotes. E têm de ser santos os operários, as mães de família, os jovens e os idosos. Cada um no seu lugar, cumprindo fielmente a vontade de Deus. Nas várias ocupações e nas pequenas coisas de dia a dia. O trabalho não só não é obstáculo mas é a matéria da santidade.

É fundamental procurar as ajudas que Jesus nos oferece. Ele é fonte e o modelo da santidade. Temos de parecer-nos com Ele em toda a nossa vida. Deixou-nos o Espírito Santo que trabalha em nossa alma reproduzindo nela a imagem viva de Cristo.

João Paulo II beatificou e canonizou muitos santos, alguns deles já do nosso tempo. Ele próprio lutou deveras por ser santo. Por isso tantos cristãos pediram logo no dia do seu funeral que fosse canonizado sem demora.

Ao começar o terceiro milénio apontava ele o programa para toda a Igreja, lembrando que a meta para todos era a santidade.

Vale a pena que leiamos e meditemos esta página da Carta aos Efésios da segunda leitura de hoje.

Avivemos este desejo de ser santos, de não ficarmos nas meias tintas, de não nos contentarmos com ser cristãos medíocres e tíbios. O Apocalipse refere as palavras muito duras que o Senhor dirige aos que estão nesse estado: «Porque és morno e não és nem frio nem quente, vou vomitar-te da minha boca» (Ap 3, 16)

Conta-se de S. Tomás de Aquino que uma das sua Irmãs lhe perguntava o que era preciso para ser santa. E ele respondeu: – São precisa três coisas: – primeiro, querer; segundo, querer; terceiro, querer.

Deus quer. «Esta é a vontade de Deus, a vossa santificação» (1 Tess 4, 3). Só falta do nosso lado a decisão séria de o conseguir, sem que nada nos faça desanimar.

Pregaram o arrependimento

Qual é o segredo para ser santos? Começar e recomeçar todos os dias, neste desejo de amar a Deus e de Lhe agradar em tudo o que fazemos.

Conta-se dum célebre conquistador mongol, Tamerlão, que estava na sua tenda desanimado depois de ter perdido uma batalha. Estava decidido a ir-se embora. Enquanto refletia ia olhando para uma pequena formiga que subia pela parede da tenda. A cera altura por causa da gordura, escorregava e caía. Mas voltava a subir outra vez e voltava a cair. Até que conseguiu superar o obstáculo e chegar ao cimo. Tamerlão disse para consigo: Se a formiga conseguiu, eu também. E retomou os combates e venceu.

Falhamos muitas vezes cada dia. Teremos de recomeçar, fazendo o acto de contrição e confessando-nos com frequência. Para pedir perdão e receber a graça para lutar.

O Evangelho diz-nos que Jesus enviou os Seus Apóstolos a pregar. E eles proclamaram o arrependimento. Também as primeiras palavras da pregação de Jesus tinham sido essas: «arrependei-vos e acreditai no Evangelho» ( Mc 1, 15)

A vida do cristão tem de ser uma conversão contínua. Os santos foram santos não por terem defeitos, mas porque lutaram contra eles a vida toda. Foi assim que atingiram a meta da santidade.

Na primeira leitura vemos que Deus enviou o profeta Amós ao povo de Israel e que não quiseram ouvir os seus convites ao arrependimento. Por isso vieram as desgraças sobre aquele povo, que seria vencido pelos assírios e levado prisioneiro para Ninive.

Em determinadas épocas da História, quando os homens se desorientam e o mundo se cobre de pecado, Deus faz ouvir especiais convites à penitência. Para que os homens mudem de vida e envitem os castigos que pendem sobre a humanidade e que os próprios homens se encarregam de promover. Assim aconteceu com as aparições de Fátima e em especial a de treze de Julho.

Temos de estar atentos aos apelos de Nossa Senhora. Foram e continuam a ser avisos para o mundo tantas vezes afastado de Deus. São convites à emenda de vida, à oração, à confiança no Coração materno de Maria, que é sempre para os homens caminho seguro para Jesus e nos anima a uma luta perseverante pela santidade. Com Ela não desanimaremos.

Com Ela aprenderemos s empregar os meios: a oração, a confissão frequente, a comunhão bem preparada. Foi isso que veio lembrar quando pediu a devoção dos primeiros sábados.

Instaurar todas as coisas em Cristo

«Um segredo. – Um segredo em voz alta: estas crises mundiais são crises de santos.

– Deus quer um punhado de homens ‘seus’ em cada atividade humana.

Depois…’pax Christi in regno Christi’ – a paz de Cristo no reino de Cristo» (S. JOSEMARIA, Caminho, 301).

Deus quer que sejamos santos e renovemos o mundo, «segundo o beneplácito que n’Ele de antemão estabelecera, para se realizar na plenitude dos tempos: instaurar todas as coisas em Cristo. (2.ªleit.). É essa a missão de todos os cristãos. Santidade e apostolado andam juntos.

A preocupação de aproximar de Cristo as almas é um sinal de que amamos a Deus, de que estamos convencidos que o único que vale a pena e nos torna felizes é seguir a Jesus e amá-Lo de verdade. É que o bem que temos de desejar aos outros e procurar comunicar-lhes é o amor a Cristo, único Caminho, verdade e vida (Jo 14, 6).

NA Sua Igreja continua a oferecer os meios de santidade. Todos os homens são chamados a fazer parte desta família de Deus, onde podem encontrar os recursos da graça para se identificarem com Cristo e transformarem o mundo segundo o plano de Deus.

A Igreja é santa porque Jesus, o Seu fundador e Cabeça é santo. Porque tem o Espírito Santo que lhes dá vida e a anima. Que santifica cada alma e renova constantemente a face da terra. Porque tem ao seu dispor os meios de santificação: a doutrina de Jesus, os sacramentos, os cuidados dos pastores que Jesus pôs à frente do Seu rebanho, para o guiar para as pastagens verdejantes, para as águas cristalinas.

Formada por pecadores Ela vai-os transformando em maravilhas da graça de Deus. Não só tem a multidão de santos que triunfam já no Céu e as almas que, no Purgatório, sofrem os últimos retoques de beleza. Continua a ser fábrica de santos cá na terra.

Que a Virgem ajude todos os cristãos e cada um de nós a desejar deveras corresponder ao plano maravilhoso de Deus, que nos escolheu antes de criar o mundo para algo de grande, ao alcance de todos em Cristo. Que não defraudemos o Seu amor.

Check Also

14 abril de 2024 – 3º Domingo da Páscoa -Ano B

“Testemunhando a fé no nome de Jesus ressuscitado”. Hoje, no terceiro Domingo da Páscoa, encontramos …

Sahifa Theme License is not validated, Go to the theme options page to validate the license, You need a single license for each domain name.