DEVER DE ACOLHIMENTO

Não é demasiado insistir sobre o dever de acolhimento – dever de solidariedade humana e de caridade cristã – que incube, tanto às famílias como às organizações culturais dos países que recebem. É necessário, sobretudo para os jovens, multiplicar os lares e as casas de acolhimento. Isto, em primeiro lugar, para os defender da solidão, do sentimento de abandono, e da miséria, que inutilizam toda a energia moral; também para os defender da situação malsã em que se encontram, forçados a comparar a extrema pobreza da sua pátria com o luxo e desperdício que muitas vezes os rodeiam; mais ainda, para os pôr ao abrigo de doutrinas subversivas e de tentações agressivas, que os assaltam à simples lembrança de tanta «miséria imerecida»; e enfim, sobretudo em vista de, por meio do calor de um acolhimento fraterno, lhes comunicar o exemplo de uma vida sã, a estima da caridade cristã autêntica e eficaz, e o apreço dos bens espirituais.

Confrange pensar que muitos jovens – vindos a países avançados receber a ciência, a competência e a cultura, que os hão-de tornar mais aptos para servir a pátria – adquirirem certamente uma formação de alta qualidade mas, com frequência, perdem ao mesmo tempo a estima dos valores espirituais que, muitas vezes, eram tidos como património precioso nas civilizações que os viram crescer.

Deve-se o mesmo acolhimento aos trabalhadores emigrantes que, economizando para aliviar um pouco a família que na sua terra natal ficou na miséria, vivem em condições por vezes desumanas. (PP,67-69).

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