Cabido da catedral do Algarve tem três novos cónegos que já assumiram dignidades e ofícios

A Igreja do Algarve viveu no passado dia 18 de julho um dia particularmente festivo, não só por celebrar, em comunhão com todas as suas paróquias, a véspera da solenidade do aniversário da dedicação da sua catedral, mas também por terem tomado posse naquela igreja, três novos membros do seu Cabido.

Perante o bispo do Algarve, em conformidade com o artigo 6º dos Estatutos do Cabido da Catedral de Faro, tomaram posse os novos cónegos, os padres Carlos de Aquino, Mário de Sousa e Rui Barros Guerreiro, nomeados por D. Manuel Quintas. A provisão do bispo diocesano sobre a sua nomeação, depois de consultado o Cabido e de harmonia com o cânone 509 do Código de Direito Canónico, data de 29 de Junho, solenidade dos Apóstolos Pedro e Paulo.

A nomeação de novos cónegos decorreu da necessidade, prevista nos estatutos do próprio Cabido, daquele órgão ser constituído pelo menos com seis cónegos com idade inferior aos 75 anos, o que já não acontecia com os cónegos Joaquim Luís Cupertino (91 anos), José Pedro Martins (78 anos) e José Rosa Simão (84 anos). O cabido é ainda composto pelos cónegos Carlos César Chantre, Joaquim Nunes e Manuel Rodrigues.

Enquanto ofício eclesiástico, a ligação do Cabido à igreja-mãe da diocese configura a sua natureza jurídica, como instituição ao serviço da Igreja diocesana, em estreita ligação com o ministério do bispo que a ela preside. Como primeira atribuição, o Cabido deve assegurar a vida litúrgica da catedral, e como corpo estável de presbíteros deve sentir-se corresponsável, com todo o presbitério, na missão e opções pastorais da Igreja diocesana.

O Cabido da catedral, colégio dos clérigos chamados “cónegos”, é então constituído principalmente para assegurar um culto mais solene na catedral. Aquele órgão é presidido pelo deão. O chantre coordena a vida litúrgica da catedral e o arcediago é o responsável pelo património da mesma. Ao penitenciário compete-lhe absolver, no foro do sacramento da confissão, das censuras que decorrem, automaticamente, de determinados pecados.

Aquele órgão tem como primeira atribuição assegurar a vida litúrgica da catedral, a participação nas celebrações litúrgicas mais solenes na igreja catedral, a promoção de iniciativas que visem a evangelização da cultura pelo seu fomento e difusão, particularmente na sua relação com a fé e a liturgia, a valorização da catedral, não só enquanto referência histórica cultural e patrimonial, mas sobretudo como espaço onde se reúne uma comunidade viva diocesana e paroquial que nele celebra a fé e dele faz casa e escola de comunhão e de vida. Cuidar do decoro da catedral, da conservação do seu património e do cuidado do seu arquivo histórico, enriquecendo-o e atualizando-o são ainda outros encargos do Cabido da catedral.

A tomada de posse efetuou-se no contexto de uma celebração litúrgica de vésperas contando com a participação de fiéis, muitos deles oriundos das paróquias dos novos capitulares, Loulé, Portimão e Faro, com a presença dos autarcas daquelas cidades, das famílias dos novos cónegos, alguns presbíteros, diáconos e acólitos e uma presença significativa das várias comunidades religiosas.

A celebração iniciou com a leitura da provisão das nomeações do bispo diocesano pelo secretário. Seguidamente, o cónego chantre chamou cada um dos novos capitulares que fizeram publicamente a sua profissão de fé e o juramento de fidelidade, cujo auto foi depois assinado por cada um e pelo bispo diocesano. Os novos cónegos foram saudados pelo bispo e simultaneamente pelos atuais capitulares.

Depois de terem ocupado os respetivos lugares no presbitério, o deão dirigiu a todos uma saudação formal da qual se seguiu a oração de vésperas. No final da celebração, os novos cónegos foram saudados pelos presentes que manifestaram a sua alegria pela valorização do Cabido e do seu chamamento a este serviço à Igreja diocesana.

Desconhece-se se, no clero da Sé de Santa Maria de Ossónoba, antes da conquista portuguesa, já existia o Cabido. Sabe-se sim que, com a conquista do território do Algarve e a criação da Diocese de Silves (1189), aí se instituiu o Cabido com estatutos próprios confirmados pela Santa Sé. A última tomada de posse de cónegos do Cabido Catedralício da Sé tinha ocorrido a 19 de julho de 2013.

Eleição para as dignidades e ofícios do Cabido

Depois da tomada de posse, o Cabido reuniu ontem pela primeira vez, por proposta do bispo diocesano.

Esta reunião foi presidida por D. Manuel Quintas e iniciou-se com a oração da hora intermédia.

Seguidamente o bispo do Algarve saudou todos os presentes sublinhando a importância da missão do Cabido para a diocese. Procedeu-se à nomeação das dignidades, que segundo os Estatutos são nomeadas por um período de quatro anos, tendo ficado o Cabido assim constituído: deão – cónego Mário de Sousa; chantre – cónego Carlos de Aquino; arcediago – cónego Rui Barros Guerreiro.

Elegeram-se também os capitulares para os respetivos ofícios previstos nos Estatutos do Cabido, tendo ficado escolhidos: secretário – cónego Carlos de Aquino; tesoureiro – cónego Rui Barros Guerreiro; diretor do museu – cónego Mário de Sousa; cónego penitenciário – cónego Joaquim Nunes; bibliotecário-arquivista – cónego José Pedro Martins.

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