Covid-19: Coleta para a Terra Santa adiada para 13 de setembro

Comunidades católicas de todo o mundo chamadas a travar risco de desaparecimento de tradições cristãs que remontam aos primeiros séculos

Cidade do Vaticano, 01 abr 2020 (Ecclesia) – O Vaticano anunciou que o peditório anual em favor das comunidades católicas da Terra Santa, habitualmente realizado na Sexta-feira Santa, foi adiado para 13 de setembro, devido à pandemia de Covid-19.

“As comunidades cristãs na Terra Santa, também elas expostas ao risco de contágio e que, muitas vezes, vivem em contextos muito sofridos, todos os anos beneficiam da generosa solidariedade dos fiéis de todo o mundo, para poderem continuar a sua presença evangélica, além de manterem as escolas e as estruturas de assistência abertas a todos os cidadãos, em favor da educação humana, da convivência pacífica e do cuidado sobretudo dos mais pequeninos e mais pobres”, realça a nota da Congregação para as Igrejas Orientais (Santa Sé).

O texto, enviado hoje à Agência ECCLESIA, adianta que o Papa aprovou a proposta de que a Coleta da Terra Santa para o ano de 2020 seja colocada no domingo 13 de setembro, na proximidade da Festa da Exaltação da Santa Cruz (14 de setembro).

“Tanto no Oriente como no Ocidente, a celebração que recorda a descoberta da Relíquia da Cruz por parte de Santa Helena e também o início do culto público em Jerusalém com a construção da Basílica do Santo Sepulcro será um sinal da redescoberta da esperança e da salvação depois da Paixão à qual muitos povos estão agora associados, além de ser sinal da proximidade solidária manifestada a quem continua a viver o Evangelho de Jesus na Terra onde ‘tudo teve início’”, indica a Santa Sé.

O prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais (Santa Sé), cardeal Leonardo Sandri, tinha divulgado em março a sua tradicional carta, com apelos à generosidade das comunidades católicas, alertando para a “tragédia da contínua e progressiva redução do número dos fiéis” na Terra Santa, “com o consequente risco de ver desaparecer as diversas tradições cristãs que remontam aos primeiros séculos”.

“Longas e desgastantes guerras produziram e continuam a causar milhões de refugiados condicionando, fortemente, o futuro de gerações inteiras, as quais se veem privadas dos bens mais elementares como o direito a uma infância serena, a uma instrução escolar organizada, a uma juventude dedicada à procura de um trabalho”, pode ler-se, no documento divulgado hoje pelo Vaticano.

A Santa Sé convida a “adotar” um cristão do Médio Oriente, mesmo que se não saiba o seu nome, “rezando por ele durante todo o ano de 2020”.

A coleta promovida pela Santa Sé junto das dioceses de todo o mundo acontece anualmente, recolhendo donativos para as comunidades que vivem na Terra Santa e para a manutenção dos lugares ligados à vida de Jesus e ao início do Cristianismo.

O Papa Paulo V, com o documento ‘Celestis Regis’, de 22 de janeiro de 1618, foi o primeiro a determinar a finalidade desta recolha de donativos e Bento XIV confirmou-a com o breve apostólico ‘In supremo militantis Ecclesiæ’, de 7 de janeiro de 1746.

A manutenção dos chamados Lugares Santos, que está confiada à Custódia Franciscana, passa pela preservação dos vários monumentos que assinalam a ligação dos espaços a Jesus e os apóstolos, mas sobretudo pelo apoio às atuais comunidades cristãs – uma minoria entre muçulmanos e judeus na Palestina e Israel.

Os territórios que beneficiam de várias formas de apoio da Coleta são a Palestina, Israel, Jordânia, Chipre, Síria, Líbano, Egito, Etiópia, Eritreia, Turquia, Irão e Iraque.

Os donativos são utilizados na construção de casas, no apoio aos pobres, cuidados de saúde, apoio a refugiados e preservação dos santuários, entre outros.

OC

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