O bispo do Algarve anunciou ontem que a diocese pretende em breve abrir ao público as salas principais do Paço Episcopal de Faro, correspondendo a um desejo que já é antigo que tem tido dificuldades de concretização, sobretudo por questões de segurança.
“É nosso propósito abrir ao público os espaços de azulejaria em colaboração com o Cabido e o Museu da Sé e prosseguir o aprofundamento de um projeto de recuperação da zona em que esteve instalada a Tipografia União, bem como o seu recheio tipográfico em vista da sua ulterior abertura ao público, enquanto futuro Museu da Imprensa”, afirmou D. Manuel Quintas, referindo-se também a essa intenção já anunciada em julho de 2017 de criação de um núcleo museológico no espaço da antiga tipografia da diocese.
O bispo do Algarve, que falava na inauguração da “Exposição para a Difusão do Conhecimento – Núcleo Histórico da Imprensa de Gutenberg e do Pentateuco de Faro” na antiga capela do Paço Episcopal, considerou aquele edifício um “testemunho vivo da atenção dos bispos desta diocese à promoção da cultura e à valorização do espaço urbano da cidade, contribuindo para fazer do largo da Sé o espaço nobre, o seu ex-libris”.
A construção do edifício deve-se a D. Afonso de Castelo Branco, bispo do Algarve entre 1581 e 1585. “Trata-se de um edifício seiscentista que vale quer pela qualidade da arquitetura e da decoração, quer pela função que desempenha”, lembrou o prelado.
O interior do edifício episcopal, reconstruído por D. Frei Lourenço de Santa Maria depois do terramoto de 1755 e que suscita muita curiosidade de turistas, mas também de muitos algarvios e residentes no Algarve, tem no seu conjunto de azulejos um dos elementos de maior riqueza. Os painéis daqueles exemplares do século XVIII, de estilo barroco e rococó, estendem-se do átrio pela escadaria às salas do primeiro andar, revelando aqueles últimos uma enorme riqueza cromática.
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