22ª viagem internacional vai decorrer até 22 de janeiro, levando Francisco a percorrer mais de 30 mil quilómetros
Cidade do Vaticano, 15 jan 2017 (Ecclesia) – O Papa iniciou hoje, cerca das 08h55 de Roma (menos uma em Lisboa), a 22 ª viagem internacional do pontificado, com passagens por seis cidades do Chile e Peru, num percurso total de mais de 30 mil quilómetros.
Francisco foi recebido no aeroporto de Roma-Fiumicino por autoridades religiosas e civis, chegando com a sua tradicional pasta preta, com a qual subiu ao avião.
O Papa dirigiu uma mensagem aos seus seguidores na rede social Twitter, pedindo orações para esta viagem; já no telegrama ao presidente da Itália, ao deixar o país, Francisco disse rumar ao Chile e Peru para apoiar “a missão da Igreja local e levar uma mensagem de esperança”.
O Chile recebe um Papa mais de 30 anos depois da visita de São João Paulo II, em 1987; o mesmo Papa esteve por duas vezes no Peru: em fevereiro de 1982 e maio de 1988.
Os jornalistas que acompanham Francisco receberam do porta-voz do Vaticano, Greg Burke, uma pagela com o título ‘O fruto da guerra’, legendando a foto de uma criança japonesa que carrega o seu irmão morto no bombardeamento atómico de Nagasáqui.
A chegada ao Aeroporto Internacional de Santiago do Chile está prevista para as 20h10 locais (mais três em Lisboa); o pontífice vai ser recebido pela presidente cessante, Michelle Bachelet, sem previsão de discursos oficiais.
Na terça-feira, a agenda inicia-se com um encontro com as autoridades civis no Palácio de la Moneda, a que se segue uma visita de cortesia à Presidência do Chile.
A primeira celebração do Papa no país sul-americano vai acontecer às 10h30, no Parque O’Higgins; durante a tarde, o Papa visita o Centro Penitenciário Feminino de Santiago, encontra-se com os sacerdotes, religiosos, religiosas, consagrados e seminaristas na Catedral de Santiago e com os bispos na Sacristia da Catedral.
O segundo dia da visita do Papa termina com uma visita privada de Francisco ao Santuário de São Alberto Hurtado e um encontro privado com os sacerdotes da Companhia de Jesus.
Na quarta-feira, dia 17, o Papa desloca-se a Temuco, no sul do Chile, para presidir à celebração da Missa no aeroporto de Maquehue e encontrar-se com habitantes de Araucanía na casa Madre de la Santa Cruz.
A Araucanía é a terra historicamente reivindicada pelos mapuches.
De regresso a Santiago, Francisco encontra-se com os jovens no Santuário de Maipu antes de visitar a Pontifícia Universidade Católica do Chile, às 19h00.
No último dia no Chile, o Papa visita a cidade andina de Iquique (norte), com 300 mil habitantes, que recebe um pontífice católico pela primeira vez na história. onde celebra Missa e se vai encontrar com vítimas da ditadura do general Augusto Pinochet, no Chile; a partida para o Peru acontece neste dia 18 de janeiro, às 17h05, com chegada prevista para duas horas depois (22h05 em Lisboa).
A 19 de janeiro, Francisco parte para Puerto Maldonado para se encontrar com os 3500 representantes dos Povos da Amazónia no Centro Regional Madre de Dios, a que se segue um almoço com um grupo de .
Antes de regressar a Lima, o Papa visita Lar Principito para, ao fim do dia, encontrar-se com os membros da Companhia de Jesus, na igreja de São Pedro; já na capital, decorre o tradicional encontro com as autoridades, com a sociedade civil e com o corpo diplomático.
No dia 20, sábado, Francisco visita a cidade peruana de Trujillo (costa do pacífico), celebra a Eucaristia em Huanchaco, visita o bairro ‘Buenos Aires’, a catedral, e encontra-se depois com sacerdotes, religiosos, religiosas e seminaristas.
A visita a Trujillo termina com a celebração mariana em Virgen de la Puerta, na Praça das Armas.
No domingo, dia 21, em Lima, o Papa encontra-se com as religiosas de vida contemplativa, tem um momento de oração diante das relíquias dos santos peruanos, na catedral, encontra-se com os bispos do país na residência do arcebispo e recita a oração do ângelus na Praça das Armas.
A visita do Papa ao Peru termina com a celebração da Missa na Base Aérea Las Palmas; a cerimónia de despedida, no aeroporto de Lima, acontece às 18h00 locais, a que se segue a viagem para Roma, onde o avião papal deverá chegar às 14h15 (13h15 em Lisboa) do dia 22, segunda-feira.
Na última semana, o Papa enviou uma mensagem às populações do Chile e Peru, sublinhando a importância da misericórdia e da “proximidade de Deus”.
“[Isso] faz-nos comunidade viva, capaz de comover-se com quem está ao nosso lado e dar passos firmes de amizade e fraternidade. Somos Irmãos que saem ao encontro dos outros, para confirmar-nos numa mesma fé e esperança”, refere, numa intervenção divulgada através do YouTube, pelo Vaticano.
Francisco começa por saudar “afetuosamente” os povos dos dois países, apresentando-se como “peregrino da alegria do Evangelho”, para partilhar com todos a “paz do Senhor” e a esperança.
“Desejo encontrar-me convosco, olhar-vos nos olhos, ver os vossos rostos e, entre todos, sentir a proximidade de Deus, a sua ternura e misericórdia que nos abraça e consola”, afirma.
Evocando a história do Chile e do Peru, o Papa diz dar “graças a Deus pela fé, o amor a Deus e aos irmãos mais necessitados”, nestas nações, contrariando a cultura do “descarte”.
A viagem de Francisco ao Chile e ao Peru é a quarta deslocação do Papa à América Latina e a sua 22ª viagem internacional.