9 de julho de 2021 –sexta-feira da 14ª Semana do Tempo Comum- Predição de perseguição

FORÇA E FIRMEZA DO APÓSTOLO

 

  1. Perseguições para os enviados. Na passagem evangélica de hoje Jesus prediz perseguições aos seus apóstolos: “Olhai que vos envio como ovelhas entre lobos; por isso, sede prudentes como serpentes e simples como pombas… Entregar-vos-ão aos tribunais e fla-gelar-vos-ão por causa de mim”. Porque serão os discípulos de Jesus objeto de perseguições? Porque não sendo do mundo, a sua conduta e mensagem desmascaram as motivações de um mundo em pecado.

Além de pobre, o discípulo vai desarmado. A debilidade faz parte do estilo missionário, mas uma debilidade cumulada com a força de Deus. Sabendo-se fraco, o apóstolo acentuará a sua fé e a sua confiança no Senhor, cuja obra tem entre mãos. Isto livrá-lo-á de qualquer presunção.

Como dizia São Paulo, “levamos o tesouro em vasos de barro, para que se veja que uma força tão extraordinária é de Deus e não provém de nós. Maltratam-nos por todos os lados, mas não nos esmagam; estamos em dificuldades, mas não desesperados; perseguidos, mas não abandonados… Incessantemente e por toda a parte levamos no corpo a morte de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nós”.

 

  1. Prudentes e simples. A mensagem do evangelho dividirá inclusivamente os membros de uma mesma família, avisa Jesus; e as consequências da inimizade e da perseguição serão os maus tratos, a prisão e os tribunais. Mas então não devem preocupar-se com o modo de se defenderem: “Não sereis vós que falais; o Espírito de vosso Pai falará em vós”, diz-lhes Jesus. Assim começará a efetivar-se a bem-aventurança da perseguição por causa de Cristo e pela justiça do Reino.

Quando foi escrita esta página evangélica a jovem Igreja já tinha alguma experiência daquilo que aqui transparece. Primeiro foi a perseguição em Jerusalém, com o martírio do diácono Estêvão, a prisão dos apóstolos e a morte de Tiago; depois, ao longo da Ásia Menor, Grécia e Roma, como vemos nos Atos. Basta recordar a vida de São Paulo.

A atitude do discípulo no meio de um ambiente hostil será de cautela e prudência para não cair na boca do lobo, confiando em qualquer um; mas também de simplicidade para não ser arrevesado e falso. Mas esta simplicidade não permite a ingenuidade superficial nem a ligeireza infantil. Por isso Jesus manda combinar a candura de uma pomba com a sagacidade de uma serpente. A simplicidade é transparência, lealdade e sinceridade; e a sagacidade é prudência que, com o Espírito de Jesus, avalia as situações e discerne o bem do mal no serviço a Deus e aos irmãos, sem incorrer por isso na astúcia, no subterfúgio, na dissimulação e na ânsia de domínio, poder e exploração.

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