8 de janeiro de 2024 – Festa do Batismo do Senhor – Ano B

1.      O Senhor abençoará o seu povo na paz

 

A paz é o maior bem que todos desejamos possuir. O Senhor, nosso Amigo, a todos quer conceder esta tão grande riqueza. Só Ele verdadeiramente no-la pode dar, pois só Ele é a Fonte da Paz. Ela chega até nós com a Sua Bênção. Para recebermos tão grande dádiva é necessário pertencer ao Seu povo. E temos essa impensável honra, mediante a receção do Sacramento do Batismo, que pela misericórdia do Senhor um dia recebemos. Por isso com o refrão do Salmo intercalar afirmámos “O Senhor abençoará o Seu povo na paz”.

 

2.      O Batismo recebido por Jesus.

 

O Batismo ministrado por João e que Jesus quis receber, era diferente daquele que nós, um dia, pela misericórdia infinita de Deus, recebemos. O de João, tal como de outras seitas religiosas, era simplesmente um rito de aceitação de pessoas no respetivo grupo de discípulos. Recebiam este batismo os que se decidiam mudar de vida, deixando de ser pecadores. Os Saduceus e Fariseus, visto considerarem-se justos, não aceitavam o referido batismo.

Jesus que é a própria Santidade, quis receber o batismo de João. Foi Sua vontade assumir os pecados de todos nós e colocar-se, desde o início, ao lado dos pecadores, para juntamente connosco, percorrer o caminho que conduz à verdadeira libertação dos homens. “Aprendi de Mim que sou manso e humilde de coração”, dirá Ele mais tarde. É nesta atitude paciente e de profunda humildade que Ele dá início à Sua vida pública. “Não gritará, nem levantará a voz… não quebrará a cana fendida, nem apagará a torcida que ainda fumega...” lembra a 1ª Leitura da Missa de hoje.

 

3.      O nosso batismo

 

Ao celebrarmos a Festa do Batismo de Jesus, somos convidados também a refletir no Batismo que um dia recebemos. Este, não foi um simples rito penitencial, mas algo muito mais importante, visto tratar-se de um Sacramento, que, como tal, é um ato divino. Com ele fomos enxertados em Cristo, passamos a ser UM SÓ com Ele. No Filho, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, tornamo-nos filhos de Deus. Maior grandeza e dignidade não é possível desejar, pois nem pode existir. Com este Sacramento passamos a fazer parte da Família de Deus, a ser verdadeiramente o Seu Povo. É a este povo, que Ele quer verdadeiramente abençoar e dar a Sua paz. Teremos acesso a tais riquezas, se verdadeiramente aceitarmos a Sua Bênção, assumindo de uma forma consciente e voluntária o batismo. Deus não se impõe. Respeita a liberdade humana. Como é importante tomar consciência da gradeza deste Sacramento para o assumir com muita gratidão e entusiasmo!

 

4.      Como deve ser a nossa coerência batismal.

 

A dignidade batismal exige de cada membro um comportamento próprio de filhos de Deus. Como tais, importa cumprir sempre com muita fidelidade a vontade deste Pai, que é amorosíssimo. Os Seus mandamentos são expressão clara dessa vontade, e tem sempre em mente a verdadeira felicidade de cada um de nós, com grandes implicações sociais e o verdadeiro progresso de toda a humanidade. Fugir a cumprir a vontade do Pai é como renegar o Batismo, é caminhar por caminhos errados, de verdadeiras ilusões, que a experiência pessoal e social, tristemente, confirma.

Os dez mandamentos resumem-se em amar a Deus sobre todas as ciosas e o próximo como a nós mesmos, por amor do mesmo Pai do Céu. No batismo radica assim o mandamento fundamental do cristão, que é o mandamento do amor. Para não nos equivocarmos neste caminhar de coerência vital, é urgente e necessário ser humilde. Só aos humildes é dada a capacidade de discernir e apreciar as verdades sublimes da fé.

Jesus, pelo Seu batismo, aproximou-se dos pecadores e, com toda a humildade, nos fala, com toda a Sua vida desde o nascimento no presépio de Belém, até à morte na cruz. No evangelho de hoje vemos o Senhor a ser batizado no meio dos pecadores.

O batismo que nos configura com Jesus Cristo, deve levar-nos a amar, saber compreender e sempre desculpar as fraquezas do nosso próximo. O amor aos outros deverá traduzir-se sobretudo por um verdadeiro espírito de serviço, de doação. Tal vivência deve começar logo na família, que, em si mesma, é já um dom de Deus. Por amor, os pais dão-se aos filhos quando começam por os aceitar com generosidade, colaborando na obra maravilhosa da Criação, quando estão atentos à sua educação integral, quando os procuram batizar logo após o nascimento e os acompanham com amor e atenção pela vida fora. Educados nesta escola de amor, os filhos respeitarão os seus pais a quem, depois de Deus, tudo sabem dever. Servir assim é ser coerente com o batismo, para, pela misericórdia do mesmo Senhor, um dia podermos ser aceites junto do Pai, na Família celeste.

 

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