7 de março de2021 – 3º Domingo da Quaresma -Ano B

Também, hoje, o Senhor continua a dizer o que, outrora, anunciou aos Seus discípulos: “Vós sereis meus amigos se fizerdes o que vos mando…”

Todos os que aqui se encontram, certamente, se dizem amigos de Deus; a razão da sua presença neste lugar. Todavia, a amizade que muitos dizem ter a Deus não passa, muitas vezes, de um vago sentimento de ternura e de simpatia.

Mas o sinal e a prova de que, em verdade, amamos a Deus manifestam-se na observância amorosa de todos os mandamentos de que Moisés foi depositário no deserto de Sinai.

Numa abordagem superficial, podem dar-nos a impressão de um incómodo e asfixiante espartilho de ferro, de feição redutora da personalidade humana; todavia, e ao contrário do que à primeira vista possa parecer, eles são indispensáveis à plena realização pessoal; podemos compará-los aos carris do comboio, pois se este circula fora deles é inevitável o desastre. Por isso, em vez de vermos neles proibições, devemos antes considera-los como esteios libertadores da escravidão do mal e marcos orientadores da nossa conduta.

Com certa frequência, ouvimos dizer, como forma de justificação da ausência de pecado, frases como esta: “eu não mato, nem roubo…”, como se os mandamentos se resumissem a isto!

As duas grandes coordenadas apoiam-se no amor a Deus e ao próximo: assim aprendemos nos bancos da catequese. Mas este amor, com as duas vertentes assinaladas, é a súmula de todos os mandamentos que, de modo algum, podemos esquecer ou omitir sob pena de falsearmos aquele.

O amor de Deus tem a primazia, quer isto dizer que Ele é o Absoluto das nossas vidas e o único capaz de saciar a nossa fome.

O Seu Nome é Sant; por isso, O devemos invocar com profunda reverência, mas de maneira que esta não exclua a relação filial que com Ele devemos manter.

De modo exclusivo somos convidados a reservar os domingos para o Senhor, santificando este dia não só pela participação na Eucaristia, que é o ato de louvor por excelência, mas também pela prática da oração (colmatando as lacunas abertas ao longo da semana) e das obras de misericórdia.

A vida é o grande dom que através dos nossos pais, nos foi concedido; por isso, eles tornam-se credores da nossa admiração, do nosso respeito e do nosso agradecimento.

Jesus, no Evangelho, fala do templo, referindo-se ao Seu Corpo. Também nós, pelo batismo, somos templos de Deus e morada do Espírito Santo; daí a obrigação grave de o santificar pela observância da castidade, não só nas palavras e nas obras, mas também nos pensamentos e nos desejos.

É, pois, pela prática de todos estes mandamentos que demonstramos o nosso amor a Deus. Mas não basta cumpri-los de modo farisaico e legalista. É preciso acolher a Sua Palavra num coração pobre e disponível para que, um dia, possamos ouvir do Senhor as palavras que nos introduzirão na plenitude da Alegria:

“Muito bem, servo bom e fiel. Porque foste fiel em coisas pequenas, confiar-te-ei as grandes. Vem tomar parte na alegria do teu senhor”.

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