6 de junho de 2021 – 10º Domingo do Tempo Comum – Ano B

Irmãos, a palavra do Senhor deste Domingo vem dizer-nos que de Deus nos vem tudo. Só Ele nos pode reunir e unir. Se, acaso, a inveja, mesquinhez ou egoísmo nos invadem, os laços de sangue tornam-se débeis e separamo-nos. O inimigo espreita as situações negativas. A humanidade está longe de ter entendido os desígnios de Deus sobre nós. Jesus Cristo, experimentando a nossa condição, sentiu-se, não só através dos que se apelidavam eleitos, mas também na sua própria família biológica. Cristo, ao pautar a Sua vida sempre com os olhos no Pai, é caluniado, desprezado e maltratado. É tido como um louco. É ignorado e mesmo incompreendido pelos mais próximos. Estas realidades são dos nossos dias. Contrariar esquemas de sociedade, instituições ou de grupos mais pequenos fechados sobre si no individualismo e egoísmo, é cair em desgraça. Quebrar ou sair de rotinas, ainda que seja urgente fazê-lo, é ser rotulado ou apelidado de nomes ofensivos. Foi o que aconteceu com os parentes de Jesus, aqueles que moravam perto d’Ele, que o viram crescer e que agora ouviam dizer que Ele pregava uma doutrina diferente daquela que era oficialmente posta em prática.

De facto, proclamar que todos os homens eram irmãos, que a caridade era superior à prática dos jejuns, que se deviam amar não só os amigos mas também os inimigos, aproximar-se dos pecadores e dos leprosos, atrever-se a curar doentes mesmo em dia de Sábado, não podia (na maneira de ver daquele povo para quem o cumprimento da Lei era o essencial) explicar-se senão por qualquer distúrbio mental.

Por isso, arrastando consigo a Mãe de Jesus, decerto inquieta por saber o que iriam fazer a seu Filho, eles põem-se a caminho para tentar impedi-‘Lo de continuar com as suas “loucuras”. Não reconhecem em Cristo o Messias, não aceitam a Sua doutrina que vem perturbar os esquemas estabelecidos, pretendem evitar que as multidões O sigam.

Em suma, querem pôr entraves à missão de Jesus. Por isso o Senhor diz que não são esses os Seus irmãos, mas sim aqueles que O ouvem e seguem.

Também hoje, há aqueles que só aceitam do Evangelho aquilo que não incomoda nem cria problemas. Talvez alguns destes se encontrem mesmo na família de Jesus, isto é, entre os que se dizem cristãos.

Mas há outros que não recuam perante a exigência do Evangelho, que seguem fielmente o Senhor, apesar de todas as dificuldades ou mesmo sofrimento que isso possa causar. Estes são aqueles que o Senhor considera Seus irmãos.

 

O Evangelho de hoje põe-nos uma grande interrogação:

A qual dos grupos pertencemos nós?

Ao dos parentes escandalizados, ou aos dos verdadeiros irmãos de Jesus?

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