6 de fevereiro de 2022 – 5º Domingo do Tempo Comum – Ano C

1. Quando Deus chama

O profeta Isaías está atemorizado pela cena que presenciou: tremiam os gonzos das portas… e o Templo encheu-se de fumo. O Senhor tinha dito a Moisés: um homem não pode ver-me e continuar a viver. Por isso esperava de um momento para o outro cair por terra sem vida.

É o temor de Deus, esse sentimento que se apodera da pessoa quando chega a intuir a grandeza e o poder divinos. Sentimento bem diferente daquela apatia e frieza do homem sem sensibilidade religiosa, incapaz de perceber, nem de longe, o mundo sobrenatural.

Peçamos ao Senhor o santo temor de Deus que é o princípio da sabedoria. Então, diremos como o profeta Isaías: «eis-me aqui Senhor, podeis enviar-me», ou como Paulo que reconhecendo ser indigno, o Senhor também o chamou, ou como Pedro que recordará sempre as palavras de Jesus que o convida: «não tenhas receio, desde agora serás pescador de homens».

O Senhor quer precisar de todos. Neste povo de Deus, que é a Igreja, cada um de nós tem uma vocação e uma missão. Uns como pais de família, outros como sacerdotes; uns solteiros outros casados, uns operários outros patrões; uns professores outros alunos. Todos e em cada circunstância da sua vida, vivendo o seu compromisso batismal que nos identifica com Cristo e nos leva a oferecer a Deus Pai o próprio trabalho, a própria vida com o espírito com que Cristo se ofereceu na cruz.

E quando correspondemos à vontade de Deus na nossa vida, o Senhor acaba por realizar maravilhas em nós. É o caso do Evangelho deste Domingo.

 

2. Lançai as redes

O Evangelho mostra-nos Jesus a pregar à multidão dentro de uma barca que era de Simão Pedro. Temos depois aquela pesca miraculosa que os pescadores levaram a bom termo graças à fé que tinham em Jesus. Com sinceridade, Pedro adverte que estavam cansados — lançaram as redes toda a noite e nada conseguiram. Mas por obediência, para dar gosto a Jesus, farão outra tentativa. E valeu a pena. Apanharam tal quantidade de peixes que as redes já estavam a romper-se.

Este episódio representará para os discípulos de Jesus a tomada de consciência de que a palavra de Deus deve pôr-se acima de tudo. Pedro fez algo mais do que levar a cabo um trabalho manual. Este sucesso converteu-se para ele num caminho interior de fé. Antes da pesca tinha chamado Jesus por “Mestre”, isto é, aquele que ensina. Agora, lança-se aos pés de Jesus e já não Lhe chama Rabi mas “Senhor”, dirige-se a Jesus com o nome reservado apenas a Deus.

Cristo tranquiliza-o e convida-o a dedicar-se a outro tipo de pesca. Pedro e os demais Apóstolos «deixaram tudo e seguiram Jesus».

Caros irmãos, o Evangelho é uma lição clara de confiança total no poder de Deus; exemplo de audácia em lançar-se as mais difíceis e arriscadas empresas, mesmo aquelas que nos pareçam impossíveis. Então devemos dizer como Pedro: Senhor, porque tu o queres voltarei a lançar as redes. Estamos seguros de que o nosso esforço, o nosso intento não ficará sem frutos abundantes mais do que poderíamos pensar. Assim caminhamos com mais confiança. Deus não dorme. Ele está sempre pronto a intervir com o seu amor omnipotente e salvífico. E contínua a dizer: «Confiai, Eu venci o mundo!» (Jo 16, 33).

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