31 de maio de 2017 – Festa da Visitação de Nossa Senhora

Termina o mês de maio, e, com ele, esta nossa celebração diária em honra de Nossa Senhora.

Como se pode explicar toda a alegria que sentimos, ao longo deste mês? Porque nos custa pensar que chegamos ao fim, se exigiu de nós tanto sacrifício?

A razão que encontramos para tudo isto é porque estivemos mais com Nossa Senhora, Causa da nossa Alegria.

Na Liturgia da Palavra de hoje, o Senhor vem dizer-nos que podemos e devemos continuar a manifestar-lhe o nosso amor e devoção, imitando São João Evangelista, que A levou para sua casa.

CAUSA DA NOSSA ALEGRIA

As pessoas de hoje, com especial referência às mais jovens, apresentam duas reações em relação à alegria:

  • Uma procura sôfrega, por todos os meios e lugares lícitos e ilícitos.
  • Uma verdadeira encenação teatral, para nos convencermos de que a encontramos realmente.

A FALTA DE ALEGRIA. Quando, porém descemos ao terreno da verdade, encontramos uma realidade que está em contradição com tudo isto:

  • Conflitos de família e amor falhado que finaliza em traição, indiferença ou mesmo até ódio. (veja-se a exuberância nas manifestações de amor e alegria de certos jovens e o seu comportamento nos dias a seguir à celebração do matrimónio).
  • Tristeza e desilusão que vai diretamente das falsas alegria até ao desespero.

E, no entanto, a nossa aspiração à verdadeira alegria não é uma ilusão, porque ela existe, e há caminho para lá chegar.

NOSSA SENHORA, MESTRA DA ALEGRIA. Maria, no mistério que estamos a celebrar, ensina-nos esse caminho, porque é a Causa da nossa alegria.

Sofonias convida-nos a exultar de alegria. O convite dirigido à Filha de Sião, a Jerusalém e a Israel é também para nós porque somos, pelo nosso pertencer à Igreja, o novo Israel.

São também para nós os motivos de alegria que o profeta apresenta:

  • Deus afastou para longe os nossos inimigos. Depois da vinda de Cristo, só é dominado pelo demónio quem o quer; e mesmo quando vencidos por ele, temos à nossa disposição na Igreja meios para nos libertar do seu domínio.
  • Deus está no meio de nós. Maria é quem, pela sua fidelidade, torna possível a presença de Deus no meio de nós, porque o Senhor assim o planeou desde toda a eternidade. No mistério da Anunciação, abriu de par em par as portas do seu coração, para que Ele pudesse entrar no mundo e aí realizar as maravilhas da graça.

Todas as vezes que renovamos a devoção a Nossa Senhora, sentimos desejos de maior fidelidade ao Senhor, e conhecemos a verdadeira alegria.

Encontra-se aí a razão porque, ao longo deste mês de maio, nos sentimos tão felizes.

Se tivermos a preocupação de sacudir o pó da tristeza, da rotina má, nas nossas devoções marianas, hão dissipar-se as nuvens negras da tristeza e do desânimo.

MARIA, DÓCIL AO ESPÍRITO SANTO

Na Visitação de Nossa Senhora à sua parente Santa Isabel, podemos aprender os caminhos da verdadeira alegria.

  • GENEROSIDADE E ESQUECIMENTO PRÓPRIO. Maria, numa hora difícil, porque a sua vida mudou de rumo, com a surpresa da maternidade divina, vai ter com Isabel, esquecendo os próprios problemas.

Se estivermos à espera que o tempo nos sobeje para o dar aos outros, chegaremos sempre ao fim do dia sem nada ter feito por eles, porque somos naturalmente egoístas.

Perdemos demasiado tempo, quando se apresenta uma oportunidade de sermos generosos com o Senhor, a perguntarmo-nos se nos apetece ou não fazê-lo.

  • Dá-se com alegria. São Lucas tem o cuidado de nos dizer que Maria vai «apressadamente» para casa de Isabel. A expressão latina fala de exultação de alegria.

E, no entanto, esta longa caminhada através das montanhas da judeia supõe muito sacrifício e enfrentamento de riscos.

Quantas vezes, perante a ajuda que alguém nos pede, teremos de fazer a oração daquele jovem que prestava a um doente uma ajuda que lhe causava repugnância: «Senhor, que eu faça boa cara!».

  • VAI PARA VIVER VIRTUDES HUMANAS. Imaginamos, por vezes, que auxiliar os nossos semelhantes se, imita a dar-lhes conselhos de carater espiritual.

Maria vai felicitar a sua parente e oferece-lhe os seus serviços, nos últimos meses de gravidez.

Quantas vezes, a melhor ajuda que podemos dar às pessoas é procura-las, estar com elas, ouvi-las, participar das suas alegrias e tristezas, e prestar-lhes um serviço discreto que talvez nem se lembrem de nos agradecer!

Não podemos querer viver as exigências da santidade, vivendo encerrados em nós mesmos como num ovo.

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