31 de maio de 2016 – FESTA DA VISITAÇÃO DE NOSSA SENHORA

Neste último dia do mês de Maria, a Igreja recorda a Visitação de Nossa Senhora a sua prima Santa Isabel. Duas mulheres benditas pelo fruto dos seus ventres: a Virgem de Nazaré, enquanto Mãe de Deus; a esposa de Zacarias, porque o seu filho será chamado o maior entre os nascidos de mulher (cf. Mt 11, 11). Que esta celebração nos leve a agradecer a Deus o dom da maternidade e a pedir por quantas mulheres experimentam os gozos e as dores de dar filhos à Igreja e ao mundo.

Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho

Pela Anunciação do Anjo São Gabriel, Maria sabe que vai ser Mãe de Deus e fica também ciente de que sua prima, Isabel, vai igualmente dar à luz um filho. Nossa Senhora compreende que nela se realizou a promessa messiânica e sente a imperiosa necessidade de partilhar a Boa Nova.

A experiência da maternidade é um momento inesquecível para cada família e para cada mulher. Ser mãe é, sem dúvida, uma enorme graça e, por isso, a esterilidade era considerada quase como um castigo divino. Com efeito, Isabel, «que se dizia estéril» (Lc 1, 37), fica em acção de graças quando lhe é concedido conceber: «Isto é uma graça que me fez o Senhor – afirma – nos dias em que me olhou para tirar o opróbrio de entre os homens» (Lc 1, 25).

Importa recordar a dignidade ímpar de ser mãe e honrar a amorosa dedicação de tantas mulheres aos frutos dos seus ventres abençoados por Deus. Urge fomentar em quantas são chamadas, pelo caminho do matrimónio, à propagação da família humana, o santo orgulho da sua bendita maternidade.

Bendita és Tu entre todas as mulheres e bendito é o fruto do Teu ventre

Depois de saudada por Maria, Isabel, «cheia do Espírito Santo» (Lc 1, 41), abençoa a Mãe do seu Senhor. Por especial revelação divina, a Mãe de João Baptista pôde conhecer a verdadeira identidade do Filho de Maria. A alegria humana pelo nascimento de um homem para o mundo (Jo 16, 21) acresce o imenso júbilo, que na alma piedosa de Isabel provoca o conhecimento da vinda do Salvador.

À grandeza do dom da maternidade corresponde uma enorme responsabilidade. Se é imensa a dita de ser mãe, é também grande a culpa diante de Deus de quantos, por egoísmo, impedem a bênção de uma nova vida, por vezes recorrendo para o efeito a meios ilícitos. Mais grave é ainda dar morte ao filho não nascido: nenhum motivo nem circunstância alguma poderá jamais justificar esse horrível crime que, infelizmente, é prática corrente, em muitos países.

«A mulher, quando dá à luz, está em sofrimento, porque chegou a sua hora» (Jo 16, 21). Nessa altura difícil, a que vai ser mãe deve contar com todo o apoio da sua família e amigos, de toda a comunidade cristã. Este gesto de solidariedade é particularmente necessário em relação às mães que padecem graves necessidades de ordem física, psíquica, económica ou social, como por exemplo, no caso das que vão dar à luz sendo solteiras ou esperam filhos deficientes. Toda a família dos filhos de Deus se deve alegrar pelo dom da vida e deve viver esse júbilo manifestando-o com atos concretos de serviço, como Maria, que deixou tudo e empreendeu uma demorada viagem, para socorrer Isabel no momento em que esta deveria dar à luz o seu filho.

A minha alma enaltece o Senhor e o meu espírito exulta de alegria

A alegria de Nossa Senhora não é apenas a satisfação que lhe produz a sua maternidade: é, sobretudo, a felicidade com que Deus premeia aqueles que são fiéis à sua palavra. Seria admissível em Maria uma certa preocupação pelo nascimento próximo do seu Filho, na medida em que iria transtornar a sua vida e não o poderia receber com todo o decoro que à sua dignidade convém. Mas, na donzela de Nazaré, o amor vence o temor e a riqueza da sua fé e do seu amor supera a escassez de meios materiais e, por isso, porque confia no Senhor, o seu «espírito exulta de alegria em Deus» (Lc 1, 47).

«Na caridade não há temor; a caridade perfeita lança fora o temor; (…) aquele que teme, não é perfeito na caridade» (1 Jo 4, 18).

Peçamos a Deus que todos os esposos cristãos saibam amar-se verdadeiramente e cumprir sem medo as suas obrigações conjugais, nomeadamente no que concerne à transmissão da vida. Que floresçam nas nossas comunidades cristãs muitas famílias numerosas, na alegria de uma plena fidelidade ao Senhor!

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