29 de outubro de 2023 – 30º Domingo do Tempo Comum – Ano A

A liturgia da Palavra de hoje leva-nos a refletir sobre o tema sem dúvida mais focado ao longo de toda a Bíblia, no Antigo e no Novo Testamento, do Génesis ao Apocalipse. Razão pela qual Deus envia ao mundo o Seu próprio Filho e que leva Este a deixar-se matar numa Cruz – o Amor. Amor no que ele tem de mais grandioso e profundo. Abnegação total diante do ser amado.

Ao repto do fariseu sobre qual era o maior mandamento da Lei, o Senhor refere primeiro o Amor a Deus brotando do mais íntimo do ser humano para, logo a seguir, pôr em paralelo com aquele, o amor ao próximo, este em igual medida ao que temos a nós próprios.

E como têm vivido os cristãos esse mandamento? Como o temos nós hoje, aqui e agora, posto em prática? A 1ª leitura, extraída do livro dos Génesis dá-nos diretrizes muito concretas neste campo e perfeitamente atuais nos dias de hoje: «não prejudiques o emigrante nem o oprimas. Vós próprios fostes emigrantes nas terras do Egipto», lembra-te o Senhor; «não maltrates a viúva, nem o órfão»; «se emprestares dinheiro a alguém do Meu povo, ao pobre que vive junto de ti, não deves exigir-lhe juros»; «se tomares como penhor a capa do teu companheiro, tens de lha devolver ao pôr do sol, pois é tudo o que possui para se cobrir…». «Se algum deles vier a bradar por Mim, escutá-lo-ei porque Eu sou compassivo».

Exatamente, proceder para com os outros como gostaríamos que procedessem para connosco. E porquê? Porque os outros, o próximo, como lhe chama o texto do Evangelho, é Cristo reencarnado nos irmãos.

Não diz o Senhor a certa altura da escritura «porque tive fome e deste-Me de me comer, tive sede e deste-Me de beber; era peregrino e recolheste-Me; estava nu e deste-Me de vestir; adoici e visitaste-Me; estava na prisão e foste ter comigo».

Senhor, quando foi que fizemos tal, perguntaram admirados? E a resposta perentória « em verdade vos digo: sempre que fizeste isto a um destes irmãos mais pequenos, a Mim mesmo o fizeste». E, na verdade, só procurando descobrir a face de Cristo no próximo, nós seremos capazes tantas e tantas vezes de ultrapassar a indiferença, o desanimo, a revolta, talvez o ódio, a náusea mesmo que nos podem causar certos irmãos nossos. É um esforço que teremos que ir fazendo, caso a caso, se queremos ser cada vez mais semelhantes a Cristo que nos amou a todos com igual amor.

E ao sermos hoje alertados para os casos concretos apontados na 1ª leitura, perguntamo-nos a nós mesmos como aceitamos, recebemos e ajudamos a integrar nos nossos grupos  sociais, os que pelos mais diversos motivos se viram um dia obrigados a deixar a sua aldeia para vir para a grande cidade, o seu país para vir para o nosso (lembremos os que vivem em condições verdadeiramente degradantes – debaixo de pontes, ao ar livre.

A viúva, o órfão, indefeso quantas vezes, perante uma sociedade em que o que vence é o mais forte e a situação deles é de fraqueza. O pobre, o verdadeiro pobre a quem tudo falta, por vezes até a própria dignidade humana perante a situação degradante em que caiu. Que fazemos?

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