Na sua vida pública de pregação, chegou Jesus um dia à cidade de Cafarnaum, tendo sido convidado a pregar na Sinagoga.
Todos os presentes O ouviam admirados, pois as palavras da Sua doutrina eram inteiramente diferentes das habituais pregações dos chamados escribas.
Estes procuravam, sem dúvida, cumprir o eu dever o melhor que podiam, ensinando ao povo de Israel a doutrina legada pelos antepassados.
Uma outra vez e, sempre, repetiam os ensinamentos da lei de Moisés, cingindo-se à letra sem nunca se preocuparem com o espírito.
Nesse dia Jesus falava e da Sua palavra inspirada emanava uma sabedoria e uma autoridade que deixavam os Seus ouvintes atónicos e admirados, convencidos de que novos tempos se aproximavam e que iriam assistir a acontecimentos extraordinários. Jesus falava, pois, com a firmeza e autoridade inerentes à Sua natureza divina.
As palavras jorravam dos Seus lábios com eloquência, provocando nos que O escutavam emoção e temor, natural àquele primeiro contacto com o seu Salvador.
Narra São Marcos que na Sinagoga se encontrava um homem que os seus conterrâneos consideravam possuído de um espírito maligno, o qual, ao ouvir as palavras de Jesus, se encheu de ira e O incentivou em altos brados. Mas ao mesmo tempo, dominado por uma força irresistível e superior, dizia-lhe:
Tu és o Filho do Altíssimo!
À palavra autoritária de Jesus o homem agitou-se violentamente e o espírito do mal, dominado por uma vontade superior, abandonou-o. Profundamente emocionados, todos os presentes se interrogavam com temor: quem é Este a quem o espírito do mal obedece? De onde lhe vem tal poder, tal autoridade, que acabamos de presenciar!
Parece terem sido frequentes nesses tempos esses casos de possessão, e Jesus teve várias vezes de provar o Seu poder absoluto e extraordinário sobre o mal.
A fama deste invulgar acontecimento, espalhou-se pelas terras da Galileia e as multidões acorriam para ver Jesus e ouvir a Sua palavra. Esta narração do evangelista São Marcos, é um grande tema para meditação.
Nos tempos em que vivemos, também o mal proliféra, procurando dominar o mundo e a humanidade.
As guerras surgem constantemente, arrasando nações, ceifando vidas preciosas.
As forças do mal praticam impunemente atentados, assassinatos, roubos e violações. Os governos sem Deus, cegos pela política e pela ambição, aprovam leis iniquas, legalizando o aborto, o divórcio, a união de duas pessoas do mesmo sexo! As famílias desagregam-se, os jovens vivem em liberdade incontrolada, sem respeito pelos pais, pelos mestres, pelas autoridades.
Deus está posto de lado, quase esquecido, a Igreja Católica só não é destruída porque segundo a promessa de Jesus, é «indestrutível».
– Onde está, meu Senhor, esse poder com que dominavas o espírito do mal e o expulsavas, libertando as suas vítimas?
Será que o género humano esquecido do seu Deus se afunda irremediavelmente na descrença e no pecado, tornando-se indigno do Seu auxílio e caminha irremediavelmente para a perdição?
Esperamos que tal não sucederá.
A Vossa mão misericordiosa há-de estender-se sobre a pobre humanidade transviada e a luz da Vossa fé voltará a brilhar sobre a erra para a conduzir a porto de salvação.
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