27 de julho de 2014 – 17º Domingo do Tempo Comum Ano A

Deus vive na Sua morada Santa / Ele prepara uma casa para o pobre. Este cântico de entrada usa-se com frequência no Tempo Comum é inspirado na Antífona de entrada deste domingo.
Habitar na casa do Senhor é expressão que aparece repetidas vezes nos salmos. É uma maneira de exprimir a nossa aspiração a vivermos felizes junto de Deus. É o tesouro de que Jesus nos fala no Evangelho de hoje.
A oração agradável a Deus
Salomão, ainda bastante jovem, sucedeu no trono ao seu pai David. No silêncio da noite tem uma visão. Disse-lhe Deus: pede o que desejares que te dê. Salomão responde: dai ao vosso servo um coração inteligente, para saber distinguir o bem do mal.
Salomão esquece-se de si mesmo. Tem uma única preocupação: governar acertadamente o seu povo, buscar o bem comum, sem se deixar por favoritismos nem por aparências. Preferiu os bens espirituais aos materiais, numa justa hierarquia de valores.
Mal vai quando os responsáveis da Nação se esquecem destes princípios e enveredam pelas areias movediças de um relativismo total. Então, tudo será convencional, tudo será negociável. E o Estado deixa de ser a «casa comum» onde todos vêem protegidos os seus direitos para se transformar num Estado tirano que presume poder dispor de tudo e de todos buscando, de facto, não a utilidade pública, mas o interesse de alguns.
Agradou ao Senhor esta oração. E a nossa?
A oração é um anelo do coração, um simples olhar para o Céu, um grito de reconhecimento e de amor, no meio da provação como no meio da alegria (Santa Teresa do Menino Jesus). Rezar é muito mais do que recitar fórmulas inodoras, sem graça e sem sangue. Rezar é, sim, um ato de amor, feito com e por paixão. Não rezamos porque somos obrigados, mas porque é indispensável para a nossa saúde espiritual. Rezar é respeitar Deus.
Infelizmente vivemos num tempo que perdeu o sentido da oração. Sartre desatou a proclamar a inutilidade das vozes que se levantam de um mundo absurdo, para um Deus surdo. E falando de nós próprios, que nos esforçamos por ser cristãos, não estará tudo coligado para favorecer a nossa cobardia? A nossa falta de fé? Qual de nós não se encontrou a dizer de si para si: que interessa rezar? Sou demasiado fraco e o Céu está muito longe. Deus não sabe, por acaso, melhor do que eu, aquilo que preciso? Para que importuná-lo com os meus pedidos?… De resto, rezei e não fui ouvido…
Não sabemos rezar. Rezar é dizer obrigado ao Senhor. É pedir perdão. Acontece, porém, que estas duas expressões, hoje, perderam o valor em quase todas as classes. Ora, dar graças pelo bom e pelo mau, pelos acontecimentos previstos e imprevistos, não se improvisa, pode exigir heroísmo. Senhor, ensina-nos a rezar.
Tudo é para o nosso bem
Às vezes a linguagem de São Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, faz-se categórica, incontestável, sem réplica. É precisamente aquilo que acabamos de ouvir: Deus concorre em tudo para o bem daqueles que O amam.
Toda a alegria e todo o sofrimento, todo o acontecimento e toda a necessidade podem ser matéria de ação de graças, a qual, participando na de Cristo deve encher a vida toda: Dai graças em todas as circunstâncias.
Tudo, porém, parece passar-se como se Deus não estivesse presente. Gosta de permanecer por trás do véu. Se se mostrasse muito a descoberto, haveria lugar para a fé, para a confiança?
Nestes momentos precisamos de pôr em prática esta condição: amar a Deus. Mas amá-l’O de verdade, querendo tudo o que Ele quer. Se vivermos pendentes da sua vontade, então vivemos felizes e tranquilos, mesmo ainda no meio de tribulações, físicas ou morais. A Providência amorosíssima tudo regula, de tudo cuida.

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