25 de março de 2015 – Solenidade da Anunciação do Senhor

A festa da Anunciação do Senhor convida-nos a celebrar a fidelidade de Deus que, na concepção da Virgem Maria, deu a prova de que é possível confiar n’Ele.

Jesus veio testemunhar o amor do Pai para connosco, amor que se manifestou no dom da vida.

O Senhor pede-nos que aceitemos e confiemos docilmente na Sua iniciativa e nos esforcemos por fazer a Sua vontade porque, apesar das nossas pobrezas, incertezas e infidelidades Ele sempre corresponderá com o Seu amor infinito.

Sonhos dos homens, provas de Deus

A primeira leitura desta celebração, confronta-nos com a atitude do rei Acaz. O episódio decorre cerca do ano 733 a.C.. Os inimigos coligam-se para atacarem Judá e o rei teme ser derrotado. Ele, descendente do rei David a quem Deus tinha prometido um reino eterno, decide aliar-se à Assíria. Confia mais nos mandatos humanos e nos seus poderes, cálculos, astúcias e espertezas do que confia na palavra do Senhor. Confiar comporta riscos e ele não pretende arriscar.

Intervém, então, o profeta Isaías que na sua profecia nos oferece a chave de leitura da festa da anunciação do Senhor: convida-nos a vê-la e celebrá-la como prova da fidelidade de Deus para com a palavra dada aos homens.

Tal prova vem a concretizar-se na concepção de Jesus no seio da virgem Maria. O Senhor demonstrou que é possível confiar n’Ele, porque mantém sempre a palavra dada e nos ama com amor infinito.

Jesus é o Messias anunciado. Não há outro, nem ninguém o pode substituir.

Hoje, como outrora, aparecem pessoas que se apresentam como novos messias, como novos salvadores. Mesmo que tenham o seu momento de glória, consola o facto de que não é a eles que Deus prometeu um reino eterno, o reino de amor divino junto de si.

Experiência do amor divino

Um equívoco, porém, surge na mente de muitos crentes: confiar em Deus não equivale a ter sucesso garantido neste mundo, não significa receber a certeza de que se irá ser poupado das doenças e das desventuras que atingem os outros homens. O cristão deverá superar tudo isso, pois recebeu como dom a luz que vem do alto. Tal luz guia a sua vida permitindo descobrir em tudo quanto lhe acontece – nos acontecimentos felizes ou nos mais tristes – o projecto do amor do Pai e n’Ele confia, mesmo quando não consegue entender. A isso chama-se ter fé.

Tal aconteceu com Maria e, por isso, somos convidados a contemplar as «grandes coisas» que nela operou Aquele que é «Poderoso» e «Santo é o seu nome». Maria soube experimentar o amor divino na simplicidade do seu coração, pois ao amor do Senhor ela soube oferecer a sua pobreza, que Deus encheu com os seus dons; consagrou a sua virgindade e Ele tornou-a fecunda. Não contrapôs os seus projectos e sonhos pessoais à vontade d’Ele. Perguntou apenas qual o papel que lhe queria confiar e aceitou docilmente a sua iniciativa, cumprindo a sua vontade.

Cumprir a vontade do Senhor

Cada um de nós é chamado a fazer esta experiência do amor omnipotente de Deus, como nos refere o autor da Epístola aos Hebreus que proclamamos na segunda leitura: não se opera por meio da oferta de sacrifícios e holocaustos, mas «cumprindo a vontade do Senhor», como fizeram Jesus Cristo e Maria.

 

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