1. Deus vem salvar-nos!
O profeta Isaías consola Jerusalém, anunciando profeticamente a Salvação que vem do Senhor. Ele, em Pessoa, vem salvar-nos. Anuncia-lhe o fim do cativeiro de Babilónia e um novo Êxodo, a recordar a saída do Egito. Os dois concretizam-se num regresso à Terra da Promissão, com a alegria que acompanha esta reconquista da liberdade.
• Deus vem salvar-nos. Encontramo-nos, de novo, oprimidos pelo mal, cercados por uma conspiração contra a Lei de Deus, no ambiente, nos costumes e nas leis.
Deus não Se esqueceu do Seu Povo, nem o pôs de lado, e Jerusalém, presentemente em ruínas, vai ser reconstruída, voltando a ser bela e cheia de vida, como uma noiva no dia do seu casamento.
Também não Se esquecerá de nós, que somos o Seu Povo da Nova Aliança, feita no Calvário com o Sangue de Jesus Cristo.
De onde vem esta força do mal que nos sufoca, impondo-nos um ambiente contra a vontade de Deus? Onde encontraremos a força para o vencer?
A libertação vem-nos por Jesus que acaba de nascer. Para quem está contente com este reino do pecado, da mentira e da desonestidade, o Natal não é motivo de festa.
• Jesus oferece-nos a paz. Isaías canta a beleza do redentor do mundo que vem ao nosso encontro para nos oferecer a paz.
Como o Senhor respeita a nossa liberdade, é indispensável que acolhamos voluntariamente na vida a Sua oferta de paz. Queremos, de facto, a paz da consciência, pela vida em graça; e a paz entre nós pela reconciliação mútua?
«Como são belos sobre os montes os pés do mensageiro que anuncia a paz, que traz a boa nova, que proclama a salvação.»
• Cristo vem libertar-nos. Sentimo-nos prisioneiros do ambiente, das leis e dos costumes, além da conspiração que há dentro de nós. Como S. Paulo, não fazemos todo o bem que queremos e fazemos algum mal que não queremos.
Cristo vem libertar-nos de todas estas prisões, que quisermos acolher a libertação que Ele nos oferece.
«Eis o grito das tuas sentinelas que levantam a voz. Todas juntas soltam brados de alegria, porque vêem com os próprios olhos o Senhor que volta para Sião.»
Temos de procurar a libertação onde o Senhor no-la oferece: na oração, nos Sacramentos e no esforço generoso para cumprirmos fielmente a Lei de Deus.
• A alegria dos filhos de Deus. No tempo de Natal há muitas manifestações de uma saudável alegria: o repicar dos sinos, as luzes, o traje festivo das pessoas, as felicitações natalícias…
Mas onde encontramos uma alegria contagiosa é no rosto das crianças. Pouco basta para as contentar. Alegram-se com a história do natal e com todos os brinquedos que lhes oferecemos.
Participemos nesta alegria que reina à nossa volta, mas procuremos que seja autêntica, venha do mais profundo do nosso coração, e não apenas um sorriso postiço. Sorrimos porque amamos a Deus e aos irmãos.
«Rompei todas em brados de alegria, ruínas de Jerusalém, porque o Senhor consola o seu povo, resgata Jerusalém.»
2. Deus vem da eternidade
S. João, no prólogo do seu Evangelho, num hino composta talvez para cantar nas primeiras comunidades de fiéis cristãos, fala-nos da eternidade do Verbo, a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade.
• O Verbo Eterno sem começo. Nós começamos no tempo. Ele não. Houve um espaço em que ainda não existíamos, mas Ele existiu antes de todos os tempos.
Adoremos o Verbo Eterno, como o Pai e o Espírito Santo, porque, igualmente como estas duas Pessoas, é Deus, Omnipotente, infinitamente Bom e Sabedoria infinita.
É o nosso Deus e Senhor que vem ao nosso encontro para nos libertar da escravidão do pecado e nos ensinar o caminho do Céu.
«No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. No princípio, Ele estava com Deus.»
• Criador do Céu e da terra. Nascemos do Seu Coração cheio de Amor por nós, da Sua bondade infinita e da Sua misericórdia sem limites.
Criou-nos para, depois de um tempo de prova na terra, partilhar connosco a Sua felicidade infinita no Céu, porque o Amor, a bondade e misericórdia divinas não se fecham em Si mesmas, mas comunicam-se em contágio divino. «Tudo se fez por meio d’Ele e sem Ele nada foi feito.»
• Fonte da Vida e de Luz. Nele está a Vida verdadeira, a Vida divina que nos é comunicada no Batismo pela graça santificante, que há-de alcançar a sua plenitude na vida eterna.
Ele há ensinar-nos na Vida Pública: Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida.
Sem esta Luz divina andamos nas trevas e perdemo-nos no caminho do Céu. O tempo de prova é muito breve e não nos podemos resignar a estar para sempre fora do Paraíso, abandonados à infelicidade eterna.
Devemos caminhar enquanto é dia, enquanto Ele nos ilumina e está connosco, para não nos desorientarmos e perdermos no Caminho.
«A luz brilha nas trevas e as trevas não a receberam.» «O Verbo era a luz verdadeira, que, vindo ao mundo, ilumina todo o homem.»
• Testemunhas do Amor de Deus. Testemunhar a divindade de cristo e o Seu Amor por nós, a partir do que vivemos, é a nossa missão.
A primeira testemunha foi João Batista, proclamando no deserto da Judeia que Jesus – o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo – já está no meio de nós. Proclamou e defendeu com o sangue a vida a doutrina de Jesus.
Enviou os seus discípulos ao encontro do Messias, para que O reconhecessem e O seguissem.
Nós damos testemunho de Jesus, não para atrair as pessoas ao nosso grupo, mas para que conheçam amem e sigam a Jesus Cristo.
• Jesus, Palavra do Pai. Jesus é a última e definitiva Palavra do Pai. A Ele só havemos de ouvir e seguir com fiel docilidade.
Que pena, quando as pessoas correm atrás do que se apresenta como trazendo a verdade, a religião que Deus quer.
Só Jesus Cristo é Redentor e Salvador o único Caminho que nos pode levar à Casa do Pai. Todas as outras confissões religiosas são enganos que nos fazem perder no caminho do Céu a não ser que estejamos com reta intenção e Deus venha em nosso socorro.
«Muitas vezes e de muitos modos falou Deus antigamente aos nossos pais, pelos Profetas. Nestes dias, que são os últimos, falou-nos por seu Filho.»
À imitação de Maria e José, abramos o nosso coração de par em par, para acolhermos Jesus Salvador que vem ao nosso encontro.