25 de agosto de 2019 -21º Domingo do Tempo Comum – Ano C

Um dos grandes mistérios da vida humana é o seu começo e o seu fim. Porque nascemos? Porque somos homem ou mulher, ou desta ou desta ou daquela nacionalidade? Deste século e não doutro anterior ou posterior? Há, por certo, respostas a estas questões, mas nós não as conhecemos. Nem isso interessa. São interrogações que terão a sua explicação só no Além. Sabemos, porém, que a nossa vida terá um fim e que, antes de terminar o seu percurso, haverá um momento, para cada um de nós, a partir do qual será demasiado tarde para a refazer, mesmo que haja um desejo muito profundo de arrependimento pelo mal cometido.
No Evangelho de São Lucas, Jesus ao falar-nos da «porta estreita» incita-nos à penitência e à recusa de prazeres ofensivos da dignidade humana, alertando-nos para a necessidade de constante vigilância.
A paciência de Deus é infinita, mas no grande mistério das relações do homem com o Seu Criador existe um instante em que o «demasiado tarde» se torna irremediavelmente definitivo. Estejamos pois atentos e vivamos como verdadeiros cristãos, conscientes dos seus deveres, pois não sabemos nem a hora nem o dia em que seremos chamados.
Não obstante, uma certeza nos consola. Deus é Pai e é inegável que a maior alegria de um pai é ver reunidos à sua volta todos os seus filhos.
Não importa saber se são muitos ou poucos os que se salvam. Importa, isso sim, saber o que é preciso fazer para alcançar a entrada no Reino de Deus, que tem, já neste mundo o seu início, se praticarmos as bem-aventuranças. Ao ser posta diretamente a pergunta se serão poucos os que alcançam a vida gloriosa, Jesus rodeia a resposta e faz-nos sentir nitidamente que o importante não é contabilizar o número dos eleitos, mas antes conhecer os meios, e pô-los em prática, para pertencer ao número dos escolhidos.
Todo este problema gira à volta da vontade livre dos filhos de Deus. O Criador, ao respeitar a liberdade humana da Sua criatura como que eleva o homem até Si e o torna Seu igual. Deus propõe, não impõe. O homem é livre, totalmente livre, na sua escolha. É coisa admirável este desafio que põe à prova a nossa fidelidade.

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