22 de outubro de 2017 – 29º Domingo do Tempo Comum – Ano A

Todos nós vivemos no mundo entre outros irmãos.
Temos deveres para com Deus e deveres para com o mundo em que vivemos. Esses deveres não são antagónicos, pelo contrário, completam-se. Ao longo de todo o Evangelho Jesus nos ensina que o amor de Deus não pode existir sem o amor do próximo. E como com os nossos irmãos formamos uma sociedade, temos pois deveres para com essa sociedade.
Para que uma sociedade funcione harmoniosamente é necessário que existam regras e leis. Sem elas seria a desordem total.
Por respeito para com os nossos irmãos e para com a sociedade em que vivemos devemos respeitar as leis que nos regem.
Que diríamos dum cristão que conduzisse desrespeitando totalmente as regras de trânsito, pondo assim em perigo a vida dos outros? Seria essa uma atitude cristã?
O mesmo poderíamos dizer daquele que suja os lugares públicos, que polui as águas dos rios, que estraga as árvores o ambiente em que todos temos de viver.
E daquele outro que, por processos fraudulentos, procura enganar a lei, passando à frente dos outros quando não tem esse direito, por exemplo, num concurso para a obtenção dum lugar público, ou em tantos outros casos.
E no entanto há cristãos que se dizem e são capazes de tudo isto!
Temos de ser coerentes. Temos de agir como cristãos em relação à sociedade em que vivemos. Temos de procurar que ela funcione e dê a todos (e não só a nós próprios) o maior bem estar possível.
A fraude, o desprezo pelos direitos dos outros, o desrespeito da lei não são atitudes cristãs.
É evidente que isto não quer dizer que nos tornemos conformistas e aceitemos tudo sem discutir.
Pelo contrário, quando as coisas estão mal, quando há situações de injustiça ou erros que podemos corrigir, devemos denunciá-los e procurar remediar esses males usando todos os meios ao nosso alcance, sem violência nem desordens, mas com coragem e firmeza.
Mas, mesmo nesses casos, temos de ter o maior cuidado em ver se o que procuramos é servir os nossos irmãos, ou servir os nossos próprios interesses, com desrespeito pelos dos outros.
Temos deveres religiosos e deveres cívicos.
Não devemos descurar os primeiros pois é a nossa relação com Deus que deve condicionar todas as nossas ações. Mas o nosso dever de cristão leva-nos a bem cumprir os nossos deveres de cidadãos, interessando-nos pela sociedade de que fazemos parte, participando na medida do possível, nas atividades que procurem melhorá-la, não permitindo nunca que os nossos direitos nos façam esquecer os dos outros.
Um bom cristão deve ser um bom cidadão.

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