A história da humanidade, desde as suas origens, está marcada pelo pecado. Ao longo dos séculos tem-se revivido o pecado dos nossos primeiros pais que foi, antes de mais, uma atitude de orgulho, de revolta, de falta de submissão à vontade de Deus. E as raízes desse mal estão em todos nós, sempre prontas a manifestar-se. Por isso toda a vida humana terá de ser uma vida de luta contra o mal.
Mas Deus intervém junto de nós, porque nos quer salvar. Interveio, logo no início dos tempos, quando mandou o dilúvio para destruir o mal sobre a terra, fazendo desaparecer os homens pecadores. Interveio ainda, depois de tantas outras calamidades, quando fez uma aliança com Moisés e lhe entregou as Tábuas da Lei. E interveio finalmente quando enviou ao mundo o Seu Filho que por nós padeceu e morreu. Foi esta a Nova e Eterna Aliança que Deus fez com os homens, aliança definitiva que pelos méritos de Cristo nos obteve o perdão de todos os nossos pecados.
Mas Deus quer ainda intervir junto de cada um de nós e para isso nos proporciona este tempo da Quaresma, destinado a ser, por assim dizer, um retiro espiritual para renovar a nossa vida cristã.
Este é o grande tempo da catequese da Igreja, que começou na Quarta-feira de Cinzas e se prolonga até ao Tríduo Pascal. É o “tempo favorável” para mais nos abrirmos à misericórdia de Deus; e assim, convertidos e renovados, poderemos chegar como mais fervor e alegria às festas pascais.
Para isso recordemos, em primeiro lugar, o nosso Batismo, sugerido já pelas leituras, procurando reviver a graça que nesse dia recebemos. Lancemos no fundo do mar as nossas más inclinações, e sigamos muito a sério por um novo caminho, numa linha de austeridade e renúncia, como é próprio deste tempo santo, que é o tempo apropriado para nos recolhermos no “deserto” interior do nosso coração, aprofundando a nossa relação com Deus, nosso Pai. Em união com Jesus, que no deserto foi tentado e venceu as tentações, procuremos também vencer o mal que há em nós. E não esqueçamos que o mal, o pecado, reina por toda a parte, à nossa volta, e não podemos ser indiferentes a isso.
Procuremos, por isso, fazer alguma coisa para evitar ou ajudar a destruir o mal que nos rodeia. Por exemplo, na sociedade de consumo em que vivemos, porque não evitar alguns gastos supérfluos e ajudar com essas economias alguém que precise da nossa ajuda? Neste momento por causa da pandemia Covid19 há tanta gente que sofre isolamento, desemprego, doenças várias.