2 de setembro de 2018 – 22º Domingo do Tempo Comum Ano B

Escuta as leis e os preceitos
Moisés advertia o povo de Israel: «Escuta Israel as leis e preceitos que vos dou a conhecer e ponde-os em prática para que vivais e entreis na posse da terra que vos dá o Senhor»
Os mandamentos de Deus são manifestação da sabedoria e da bondade divina que nos aponta o caminho da felicidade um dia no Céu e já cá na terra também.
Satanás tenta enganar-nos, como aos primeiros pais, levando-nos a fazer o que nos parece, pensando que, dessa forma, somos livres e felizes.
Hoje o orgulho domina tantos homens, julgam-se árbitros do bem e do mal, e não querem submeter-se à vontade de Deus. Vemos as leis mais aberrantes em tantos países ditos civilizados, as campanhas em favor dos piores crimes como o aborto, a eutanásia, a manipulação de embriões humanos.
Nós próprios sentimos dentro de nós a tentação de fazer o que nos apetece. Para mim isto ou aquilo não é mal – dizem alguns, como se a sua opinião fosse a fonte da moralidade.
Em todos os nossos pecados está sempre o orgulho que nos cega: eu é que sei. Como se Deus não tivesse razão no que nos manda.
Temos de amar os mandamentos. Eles são a manifestação da sabedoria e do amor infinito de Deus que nos aponta o caminho seguro. São as placas que assinalam a estrada da vida, de maneira que não possamos enganar-nos. Quando vamos de automóvel por terras desconhecidas, como agradecemos essas indicações!
A Lei de Deus é sempre atual, sempre moderna. Quantas vezes os homens voltam aos vícios antigos de civilizações decadentes, apresentando-os como algo de moderno e uma descoberta dos tempos atuais.
João Paulo I contava a história daquele homem rico e cheio de vaidade que foi comprar um automóvel de classe. Na garagem disseram-lhe: – tem aqui este, do mais sofisticado que há, mas não se esqueça de cuidar dele, seguindo as instruções que lhe deixamos. Ao sair do stand o ricalhaço disse: – para quê meter-lhe gasolina que cheira mal, vou pôr-lhe antes champanhe no depósito. Em vez de óleo no motor mando pôr compota, que é mais doce. Pobre do carro e pobre do dono que não foi longe com a máquina comprada, logo na primeira viagem.
Os mandamentos são para nós o caminho da verdadeira sabedoria. Às vezes gente simples das nossas aldeias manifesta um saber que ultrapassa o de outros que se armam em intelectuais e são uns tristes na vida. Deus é o fabricante, foi Ele que criou o homem e o conhece perfeitamente. Se não respeitamos as Suas indicações destruímos esta máquina maravilhosa que somos nós.
Temos de procurar conhecer bem os mandamentos e estar atentos às indicações do Magistério da Igreja. O Santo Padre e os bispos unidos a ele têm a função de nos explicar as leis que Deus escreveu na própria natureza humana, a lei natural. E também as leis positivas que Ele revelou tanto no Antigo Testamento como através de Jesus, o Seu Filho feito homem.
Sede cumpridores da Palavra
Jesus continua a explicar-nos a Sua Palavra em cada domingo. Ensina-nos o caminho da vida. Só Ele tem palavras de vida eterna. Queremos tomar atenção ao que nos diz, cumprir a sua palavra. «Sede cumpridores da Palavra e não apenas ouvintes, pois seria enganar-vos a vós mesmos» – diz-nos S.Tiago.
Se seguimos os avisos de Jesus conservar-nos-emos limpos dos contágios do mundo, da mentalidade reinante, muitas vezes oposta à doutrina de Jesus e à maneira de viver que nos ensinou. E saberemos amar os outros, sobretudo os mais pobres ao nosso lado.
Acabarão por nos dar razão os que nos criticam, os que acham que estamos antiquados. Os mandamentos serão a vossa sabedoria e vossa prudência aos olhos dos povos – dizia Moisés.
O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica ensina: «A lei moral é obra da sabedoria divina. Prescreve-nos os caminhos e normas de conduta que levam à bem-aventurança prometida, proibindo-nos os caminhos que nos desviam de Deus» (nº 415)
E lembra mais adiante: «A Nova Lei ou Lei evangélica, proclamada e realizada por Cristo é a perfeição e cumprimento da Lei divina, natural e revelada. Resume-se no mandamento do amor a Deus e ao próximo e de nos amarmos como Cristo nos amou; é também uma realidade interior dada ao homem: a graça do Espírito Santo que torna possível um tal amor. É a «lei da liberdade» (Tg 1, 25), porque nos inclina a agir espontaneamente sob o impulso da caridade (nº 420).
Contamos com a graça, com a boa dádiva de Deus para cumprimos a Sua Palavra. Contamos com a ação do Espírito Santo em nossa alma para sermos santos, cumprindo a vontade de Deus nas coisas grandes e pequenas de cada dia. Imitando a Jesus, obediente em tudo à vontade do Pai.
Do interior dos homens
No Evangelho vemos os fariseus muito preocupados com as purificações exteriores, que eram boas naturalmente. Mas esqueciam-se do mais importante, a pureza interior, do coração, que nos leva a evitar tudo o que ofende a Deus e a limpar muitas vezes a nossa alma pelo arrependimento.
Também agora pode acontecer algo de semelhante. As pessoas procuram tomar banho, lavar a roupa muitas vezes, andar bem vestidos. Mas não se preocupam com a higiene da alma. Têm o coração cheio de imundície, não se esforçam em purificar o coração da sujidade do pecado. Não arranjam tempo para acudir ao sacramento da Penitência ou então pensam que basta confessar-se uma ou duas vezes no ano. Apetecia dizer-lhes: – só toma banho ou lava a roupa duas vezes no ano?

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