2 de novembro- Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos

“Eu sou a Ressurreição e a Vida. Aquele que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá”. (Jo 11,25)

Hoje é um dia de silêncio, saudades, esperança e preces. Visitamos o cemitério. Levamos flores aos túmulos. Nesta devoção está presente a nossa fé na Ressurreição. A Liturgia de hoje lembra-nos a verdade sobre a qual se fundamenta a nossa fé: “Creio na ressurreição da carne e na vida eterna.”

Os Fiéis defuntos

Ontem celebrámos a glória e a felicidade de todos os Santos. A Igreja dedica o dia de hoje à oração de sufrágio pelos “irmãos que adormeceram na esperança da ressurreição”, recordando-nos a comunhão de todos os crentes em Cristo. Desde o início do século XI, a Igreja consagra o dia dois de Novembro à Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos. «É uma continuação lógica da festa de Todos os Santos. Se nos limitássemos a lembrar os nossos irmãos santos, a comunhão de todos os crentes em Cristo não seria perfeita. Quer os fiéis que vivem na glória, quer os que vivem na purificação, preparando-se para a visão de Deus, são todos membros de Cristo, pelo Baptismo. Continuam unidos a nós. Por isso, a Igreja peregrina na terra, ao celebrar a Igreja da glória, não podia esquecer a Igreja que se purifica no Purgatório.»[1] O dia de Todos os Fiéis Defuntos convida-nos a uma mais íntima e profunda comunhão com aqueles que «partiram antes de nós marcados pelo sinal da fé e agora dormem o sono da paz!» É dia de oração, de sacrifício e de saudosa recordação. Por este motivo, o dia de Fiéis Defuntos suscitou, desde sempre, um profundo eco no Povo de Deus.[2] “A fé dá-nos a possibilidade de uma comunicação com nossos queridos irmãos defuntos e dá-nos a esperança de que já possuem a verdadeira vida.” (GS18,2)

O Catecismo da Igreja Católica afirma que nós podemos ajudar os nossos Irmãos Fiéis Defuntos: “Os que morrem na graça e amizade de Deus, mas não de todo purificados, embora seguros da sua salvação eterna, sofrem depois da morte uma purificação a fim de obterem a santidade necessária para entrar na alegria do Céu. A Igreja recomenda a esmola, as indulgências e as boas obras em favor dos defuntos.” (1031-1032)

“Hoje somos convidados a fazer uma viagem ao mundo dos mortos. Esta recordação é triste e grave, mas sempre instrutiva, porque nos faz reflectir na brevidade da vida presente.” Se a vida é breve, aprendamos a fazer um bom uso de todos os valores, especialmente do tempo. Ao lembramos os nossos irmãos fiéis defuntos, cumprimos um dever de reconhecimento em favor de quem nos deixou o dom da vida, da fé, da amizade. Recordar os nossos familiares e amigos que partiram deste exílio é também celebrar a sua sobrevivência e a sua imortalidade na Pátria definitiva, a casa do nosso Pai celeste. “Pela fé em Jesus Cristo podemos chegar aos nossos mortos, que vivem em Deus. Não é vã esta maneira de pensar. Acreditamos que é um santo e piedoso pensamento. Como é consolador: do passado, o nosso olhar dirige-se para o futuro, para a aurora do regresso de Jesus Cristo.” ( Cf. Papa Beato Paulo VI)

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