2 de fevereiro de 2020 – Festa da Apresentação do Senhor – Ano A

Quarenta dias depois do Natal, celebramos a festa da Apresentação do Senhor no Templo. É uma festa que estava preceituada no Antigo Testamento.
Os filhos eram considerados — e são-no de facto — propriedade do Senhor. Ele confia-os ao amor generoso dos pais para que os ajudem a preparar uma eternidade feliz.
Para professar esta verdade, o Livro do Levítico prescrevia que o primogénito de cada família devia ser apresentado ao Senhor e resgatado simbolicamente, para que pudesse continuar na companhia dos seus pais.
Maria e José levaram Jesus ao templo e ofereceram por Ele o resgate dos pobres: um casal de pombas ou de rolas.
O Menino é aclamado como a Luz que veio iluminar todos os povos e conduzi-los à salvação eterna. As velas que se benzem e acendem neste dia simbolizam isto mesmo.
Participemos na alegria de Maria e José e na dos santos Simião e Ana, acompanhando-os em espírito neste acolhimento carinhoso a Jesus Menino.

1. Jesus Cristo, Luz do Mundo

a) Deus vem ao nosso encontro. «Assim fala o Senhor: «Vou enviar o meu mensageiro, para preparar o caminho diante de Mim. Imediatamente entrará no seu templo o Senhor a quem buscais, o Anjo da Aliança por quem suspirais.»
O nome “Malaquias” não é um nome próprio. Significa “o meu mensageiro”. Actuando na cidade de Jerusalém depois do regresso de Babilónia, manifesta-se preocupado com a pureza dos sacerdotes e dos levitas, defensor dos sacrifícios, diante de um culto que funcionava, mas de maneira imperfeita (cf. Mal 1,7-9. 12-13),
Este “mensageiro de Deus” reage corajosamente contra a situação em que o Povo de Judá está a cair e coloca os hebreus diante das suas responsabilidades para com Jahwéh e para com o próximo, exige a conversão do Povo e a reforma da vida cultual.
Anuncia o Dia de Yavhe”, marcado pela Sua entrada solene no Templo de Jerusalém.
Jesus é-nos apresentado como a Luz verdadeira que ilumina o coração e a inteligência de todas as pessoas de boa vontade.
De facto, Jesus é profetizado ao longo de todo o Antigo Testamento como uma Luz esplendorosa que vai banhar toda a terra.
S. Mateus começa a vida pública de Jesus com as palavras: «o povo que vivia nas trevas viu uma grande luz; para aqueles que habitavam na sombria região da morte, uma luz se levantou».
De facto Ele é para nós a Luz da Verdade que nos ensina a viver como bons filhos de Deus, a caminho da Casa do Pai.
Para que a luz nos possa ajudar temos de abrir bem os olhos e guiarmo-nos por ela, Isso significa, para nós:
• Conhecer bem a vida e a doutrina de Jesus ensinada no Catecismo da Igreja Católica. Além disso, precisamos de receber esta luz na Missa de cada Domingo pelas Leituras da Sagrada Escritura e pela explicação que nos é dada na homilia.
• Seguir essa Luz. Concretiza-se para nós num esforço diário para pôr em prática os ensinamentos de Jesus, fortalecidos pelos sacramentos e pela oração.

b) Ilumina-nos. «Ele aí vem – diz o Senhor do Universo –. Mas quem poderá suportar o dia da sua vinda, quem resistirá quando Ele aparecer?»
A “vinda” do Senhor — Segundo o profeta Malaquias — será precedida pela chegada de um mensageiro a “preparar o caminho”. Não se explica, no nosso texto, quem é esse “mensageiro”; contudo, mais à frente (cf. Mal 3,23), a figura que vai surgir para preparar o “Dia do Senhor” é claramente identificada com o profeta Elias. Jesus dirá um dia que João Baptista é o Elias de cujo regresso estavam à espera.
Só depois, chegará o Senhor para exercer o seu juízo sobre os pecadores. O Dia do Senhor era temido, porque se pensava especialmente nesta denúncia do pecado que a Luz de Deus faria.
Este “Senhor” é também designado como “o mensageiro da Aliança”; o título parece designar o mediador que estabelece as negociações para a assinatura de um compromisso.
Esta “Aliança” será a “nova Aliança” anunciada por Jeremias (cf. Jer 31,31; 32,40) e por Ezequiel (cf. Ez 16,60; 34,25; 36,26-28), a partir da qual vai nascer um Povo novo, que vive em comunhão com Deus e que cumpre os mandamentos e preceitos de Jahwéh.
A função do “Senhor” é, pois, possibilitar o aparecimento de uma “nova Aliança” que comprometa Judá com o seu Deus.

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