19 de março de 2020 – Solenidade de S. José, Esposo da Virgem Santa Maria

Ao qual porás o nome de Jesus

S.José foi o pai de Jesus cá na terra. Pai não segundo a carne, mas pai de maneira mais sublime. Pai virginal, de algum modo parecido com Maria, que concebeu por milagre de Deus e não por concurso de homem. O anjo diz a José: pôr-lhe-ás o nome de Jesus. O pôr o nome era um direito de paternidade, que lhe é conferido por Deus.

Ao fazer-se homem, Jesus quis nascer não apenas de uma mulher, a Virgem Santa Maria, mas numa família verdadeira, formada por homem e mulher. Tratou a José como Seu pai, amou-o e obedeceu-lhe como verdadeiro filho.

E José soube gastar alegremente a sua vida ao serviço de Jesus e Nossa Senhora. Soube responder generosamente à missão que Deus lhe confiara. Foi servo bom e fiel.

Recebeu graças extraordinárias de Deus. Muitos teólogos dizem que foi a criatura mais santa depois da Virgem Maria e soube corresponder a essas graças na vida simples de cada dia, como humilde carpinteiro numa aldeia perdida da Palestina.

A ele Jesus quis dever tantos cuidados e serviços ao fazer-se menino indefeso, sujeito aos mesmos perigos que nós. Tratou-o como verdadeiro pai, obedecia-lhe na vida de família. Quis aprender com ele a profissão de carpinteiro. Apanhou muitos dos seus modos de falar, de tratar com as outras pessoas, que aparecem depois na Sua pregação.

A herança veio-lhe em virtude da fé

S.José tornou-se pai de numerosa família, como Abraão. Por isso costuma dar-se-lhe o título de patriarca, pai de família muito grande. Pelo baptismo fomos enxertados em Cristo, tornamo-nos nEle um só Corpo. Nele somos filhos de Deus, nEle somos filhos de Nossa Senhora, nEle nos tornámos também filhos de S.José. Muitos santos gostavam de chamar-lhe: nosso pai e senhor.

Isso nos leva a falar-lhe com muita confiança, a manifestar-lhe o nosso carinho, a pedir-lhe muitos favores. Santa Teresa de Ávila conta como muitas vezes acudiu a ele e sempre a escutou. “Se eu fora pessoa que tivesse autoridade para escrever de boa vontade me alongaria a dizer muito por miúdo as mercês que este glorioso santo me tem feito a mim e a outras pessoas… Só peço por amor de Deus que faça a prova quem não me acreditar e verá por experiência o grande bem que é o encomendar-se a este glorioso Patriarca e ter-lhe devoção “ (Vida, c.6)

O papa Francisco tinha em Buenos Aires uma imagem de S.José a dormir, lembrando como o anjo lhe falava em sonhos. Quando precisava de algum favor punha um bilhete debaixo da imagem. O Santo Padre quis trazer para Roma essa imagem, mostrando que continua a acudir à intercessão do Santo Patriarca.

Saibamos também nós recorrer a ele e pedir-lhe favores. Em especial que nos ajude a crescer na fé e no amor a Jesus.

A 2ª leitura fala-nos da fé de Abraão e, como através dela, se tornou pai de todos os crentes. Também S.José se tornou pai de todos os cristãos pela sua fé, que não ficou atrás da de Abraão.

Procuremos imitar a fé do santo Patriarca, aprender com ele a fiar-nos em Deus, a deixar-nos guiar por Ele, a saber confiar e fazer a Sua santíssima vontade.

Não foi fácil a vida do esposo de Maria. Foi cheia de imprevistos e dificuldades, que ele soube enfrentar com serenidade, confiança no poder e sabedoria de Deus e, ao mesmo tempo, pondo da sua parte os meios humanos que dele dependiam.

José, filho de David

José era da descendência do rei David, a quem Deus prometera que seria o pai do Messias prometido. É através dele, como narra o Evangelho de S.Mateus, que se cumpre essa promessa.

José era, pois, duma família ilustre. Ao mesmo tempo era um homem muito simples, que não alardeia grandezas, que sabe passar despercebido, que se gasta alegremente ao serviço dos outros.

É para nós um modelo, hoje que a humildade não está de moda. Como ele temos de procurar a verdadeira grandeza: somos filhos de Deus pelo baptismo, chamados a pôr a nossa vida ao serviço de Deus e dos outros: na família, no trabalho profissional, nas relações com os que nos rodeiam. Jesus deu o exemplo também. Ele não veio para ser servido mas para servir. E disse-nos que quem quiser ser o primeiro tem de fazer-se servo todos.

Temos de saber encontrar a nossa alegria em gastar a vida ao serviço de Deus e dos outros. Como fez S.José e como fez Nossa Senhora.

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