19 de abril de 2020 – 2º Domingo da Páscoa – Ano A -Domingo da Divina Misericórdia

A liturgia põe hoje à nossa meditação textos onde nos são apresentados com extrema clareza, os traços essenciais da Igreja primitiva. Importante, sem dúvida, para nós hoje, cristãos do Século XX, debruçamo-nos sobre o viver dessas primeiras comunidades cristãs e aí descobrirmos a razão ou razões pelas quais aderiram a essa Igreja nascente tantos outros homens. E mais importante ainda será, depois da descoberta, passarmos à ação para que, por nosso intermédio, o Senhor agregue à Sua Igreja de hoje muitos outros irmãos.

Logo no princípio dos Atos dos Apóstolos que ouvimos como primeira leitura, o Apóstolo aponta-nos quatro fidelidades da Igreja primitiva: «os irmãos eram perseverantes e assíduos ao: ensino dos apóstolos; à comunhão fraterna; à fração do pão; à oração».

Quatro pontos fulcrais, ainda hoje, para o nosso próprio e contínuo renascimento de homens-projeto de Deus. Quatro pontos fulcrais também para o renascer da esperança no mundo atual.

E que significado damos nós hoje a estas «fidelidades»? Como aproveitamos os meios postos à nossa disposição para um maior aprofundamento da fé pela Palavra do Senhor, com possibilidades hoje de chegar até nós de mil e uma maneiras? Quer pela escuta direta de sacerdote, de um ministro da Palavra ou de um amigo, quer pela leitura meditada da Bíblia ou outros escritos com essa finalidade, quer pela atenção dada a uma emissão de rádio, internet, ou televisão adequadas, quer pela participação em reuniões como cursos bíblicos, semana de liturgia, ação bíblica, retiros, catequese de adultos, cursos de cristandade, nós temos efetivamente hoje, mil e uma maneiras de ouvir essa Palavra. Será que nos limitámos a ficar com o que aprendemos em crianças, quando nos preparámos para a 1ª Comunhão ou quanto muito para a profissão de Fé? Como poderemos testemunhar, então, com segurança e convicção, as razões de ser do nosso «crer» em Jesus Cristo, da nossa prática cristã na vida diária, a maior parte das vezes cercada por valores tão diferentes dos do Evangelho? É, com certeza, porque muitos de nós pomos muito mais cuidado e reservamos muito mais tempo à nossa preparação humana e profissional do que à nossa preparação cristã.

Eram também «assíduos à união fraterna… todos os que haviam abraçado a fé andavam unidos e tinham tudo em comum. Vendiam propriedades e bens e distribuíam o dinheiro por todos, conforme cada um precisava».

Assim, os primeiros cristãos estavam não só atentos ao ensinamento dos Apóstolos, mas com estes, muito unidos à pessoa de Jesus Cristo, vivendo uma autêntica vida em comunhão, assegurando assim a unidade da Igreja. E nós hoje que fazemos por essa unidade? Não nos dividiremos em mil e uma crenças e grupos, degladiando-se, quantas vezes, uns aos outros? Façamos um esforço por ter sempre presente a Palavra do Senhor: «que todos ó Pai sejam um como Eu e Tu, somos um». Só assim construiremos o reino de Deus.

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