18 de outubro de 2015 – 29º Domingo do Tempo Comum – Ano B

É o dia do Senhor.

Jesus deu a vida por todos. Mas nem todos têm conhecimento desta boa Nova. Hoje, Dia Mundial das Missões, somos convidados a lembrar os nossos irmãos que ainda não conhecem Jesus Cristo, único Salvador.

Todos havemos de tomar parte na cruzada gigantesca de aumentar a cristandade, fazendo crescer o corpo místico de Cristo, estendendo os limites do Reino de Deus a toda a redondeza da terra.

Jesus, o missionário da Boa Nova

Nas leituras que acabamos de ouvir, Cristo é-nos apresentado como o servo do Senhor, o justo servo (1.ª Leit.) que expia com as suas dores os nossos pecados. Sendo rico faz-se pobre por nossa causa (2.ª Leit.) para nos tornar ricos, quer dizer para nos reconciliar com o Pai. Veio para servir e dar a vida como resgate pela multidão (3.ª Leit.).

Cristo, o Verbo feito carne e enviado do Pai, vem ao mundo para nos trazer uma grande nova: o Pai ama-vos (Jo 16,27). É este o princípio e o fundamento de todo o Cristianismo. Deus quer fazer de nós seus filhos adoptivos, a família de Deus na terra.

Deus quer que todos os homens se salvem (1 Tim 2,4). Este desejo foi eficaz, porque se concretizou no primeiro missionário que Deus Pai enviou à primeira infidelidade, o Verbo Encarnado que veio reconduzir a humanidade aos seus destinos perdidos. E com que seriedade tomou Ele esta missão, digam-no os seus trabalhos em busca dos pecadores, a Eucaristia, a Cruz e a instituição da Igreja.

– Que é que mudou para melhor? Porque é que tantos ainda não conhecem Jesus Cristo, ou vivem como se não O conhecessem? Já lá vão dois milénios de Cristianismo e o mundo continua muito mal.

A missão ainda «vai no adro». A missão de Cristo Redentor confiada à Igreja está ainda bem longe do seu pleno cumprimento, advertiu João Paulo II (RM 1). E o Evangelho recorda-nos que a semente cristã tem um dinamismo tão silencioso como imparável (Mc 4, 26). Cresce sem que dêmos por isso. O seu crescimento é tão modesto como diminutos são os grãos da mostarda. Mas depois se torna a árvore frondosa. Empenhemo-nos com todas as forças no seu crescimento. E não esqueçamos que o Evangelho é proposto num mundo que não o deseja, porque anuncia a honestidade, a justiça, o serviço.

Missa e Missão

Estamos a celebrar a Missa no dia mundial das missões. Missa e Missão, duas palavras que têm a mesma raiz: missio missão, envio. Na Missa, Jesus veio e vem, enviado do Pai – assim como o Pai me enviou (Jo 20, 21). Na Missão, Jesus envia e os missionários são os seus mensageiros – assim Eu vos envio a vós (Jo 20, 21).

Enviados a quem? Aos que nunca ouviram falar d’Ele? Ou às ovelhas perdidas da casa de Israel? A todos. Aos que nunca ouviram falar d’Ele: são milhões e milhões, a maior parte da humanidade. As ovelhas perdidas da casa de Israel, que serão aqueles que precisam de ser re-evangelizados: baptizados que perderam o sentido vivo da fé, já não se reconhecem como membros da Igreja e levam uma vida distante de Cristo e do Evangelho.

A Missa celebrou-a e celebra-a Cristo com o seu Corpo e Sangue. Na Missão, participamos todos, no corpo da Igreja de que fazemos parte, com o sangue das nossas veias, o sacrifício das nossas ofertas e a dedicação das nossas vidas.

No tempo da publicidade, da TV e dos computadores, nada substitui a voz que nos fala e a opção gostosa que temos de fazer e de renovar. Por isso, precisamos da Missa, da Missão, dos missionários, para que alguém, em nome de Alguém, nos mostre a verdade, nos faça olhar para ela, olhando também para nós mesmos. Convertendo-nos em primeira mão, ou reconvertendo-nos quando as crenças se diluem, ou a preguiça, ou a falta de seriedade as atraiçoam.

Evangelizar é obrigação e não privilégio

Ide e evangelizai, manda Jesus (Mc 16, 15). A ordem é para todos os seus discípulos e discípulos somo-lo pelo Batismo. Todos: homens e mulheres, novos e idosos. Todos os cristãos são e devem ser missionários.

Muitos interrogar-se-ão: – E eu que posso fazer? Partir, eu? Estou noivo, tenho marido e filhos, o meu emprego, as minhas responsabilidades sociais…

Deus não nos pede que deixemos a família ou os trabalhos. Pede-nos, sim, que deixemos certo estilo de vida para estarmos disponíveis, para fazer apostolado, para ajudar as missões. Não é preciso ir para a praça pública fazer belos discursos. Basta o exemplo que damos por aquilo de que estamos convencidos. Podemos ser verdadeiros apóstolos, e da forma mais fecunda, também dentro das paredes do lar, no lugar de trabalho, na cama de hospital e na clausura dum convento, lembra o Santo Padre na sua mensagem para o dia de hoje.

A nossa missão será, por vezes, escutar e acolher aqueles que andam dispersos. Dar-lhes motivos para que regressem. Escutar os católicos não praticantes, ouvir as razões que os levaram a afastar-se da prática religiosa. Dar entusiasmo aos sem esperança. Emprestarmos os nossos braços, o nosso coração, para que eles possam ver um sentido em nossas vidas. Rezar e sacrificar-se pelas missões, como Teresa de Lisieux, declarada padroeira das missões e, agora, também Doutora da Igreja.

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