18 de janeiro de 2015 – 2º Domingo do Tempo Comum-Ano B

«Eu venho, Senhor, para fazer a Vossa vontade» (Salmo Responsorial).

A vontade de Deus é para todos nós caminho certo de felicidade e de salvação. É a vontade de um Pai sapientíssimo que nos ama com um amor infinito. Toda a arte do cristão está no amor à obediência. Os desígnios de Deus são sempre de amor e de misericórdia. Procuremos saber o que Deus quer de cada um de nós e entremos decididamente por caminhos da obediência.

  1. Vontade de Deus-vontade de um Pai.

A vida de um cristão não tem por que ser amarga; pelo batismo somos filhos de Deus em Jesus Cristo e, se procuramos amar a Deus sobre todas as coisas, fazendo sempre e em tudo a Sua santíssima vontade, que é sempre a vontade de um Pai que nos ama com amor infinito e tudo encaminha para o nosso bem, não temos por que nos afligir. Tudo o que nos possa acontecer será sempre para nosso bem.

A vontade de Deus é o que mais importa. «Não te esqueças: muitas coisas grandes dependem de que tu e eu vivamos como Deus quer» (Caminho, 755). «Não é o que diz ‘Senhor, Senhor!’ que entrará no Reino dos Céus, mas aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos Céus» (Mt. 7, 21).

E como hei-de saber qual é a vontade de Deus? Como hei-de saber, em cada momento, o que Deus quer de mim?…O jovem Samuel, de quem nos fala a 1ª leitura, é um bom exemplo para nós: ele «não deixou cair por terra nenhuma das suas palavras». Na intimidade da oração, escutemos atentamente a voz de Deus, que nos fala através da consciência, através dos seus Mandamentos, das indicações, conselhos e preceitos da Igreja, dos deveres familiares, profissionais e sociais, que nos fala através dos acontecimentos diários, alegres e dolorosos..

  1. O valor da obediência.

Estavam os Apóstolos no mar da Galileia, veio o Senhor e disse-lhes: «Lançai a rede para a pesca…» (Lc 5, 4-5). «–À tua palavra, lançarei a rede, eu que não pesquei nada toda a noite». – é a resposta pronta de S. Pedro. A pesca foi abundantíssima…É a fecundidade da obediência…

Os dois discípulos de que fala o Evangelho de hoje, às palavras de João Baptista: «Eis o Cordeiro de Deus», não hesitaram e seguiram Jesus. A sua vida, a partir desse momento, já nunca mais foi a mesma… Nunca mais esqueceram aquele primeiro encontro com Cristo. Muito anos mais tarde, S. João, um dos dois discípulos, escreve no seu Evangelho: «Era por volta das quatro horas da tarde» (Evangelho de hoje).

Fundamentados na obediência, participaremos na eficácia de Deus…Jesus é o grande modelo de obediência: «Obediente até à morte e morte de cruz…». Nossa Senhora igualmente: «Faça-se em mim segundo a tua palavra…».

Se obedecemos, estamos a fazer sempre o melhor e libertamo-nos de incertezas e da inquietação em que se consomem muitas vidas. Deus dá-nos a conhecer a sua vontade servindo-se, muitas vezes, de outras pessoas, a quem dá as graças convenientes: pais, superiores, sacerdotes, etc.

«Que importa que Deus nos manifeste a sua vontade por si mesmo ou pelos seus ministros, quer sejam anjos, quer sejam homens?» (S. Bernardo).

  1. Generosidade na entrega.

O Senhor não se contenta com pouco mas quer tudo; Ele tem direito a uma entrega sem restrições. Fazer a vontade de Deus é, indubitavelmente, correr um «risco»: aproximar-se d’Ele um pouco mais significa estar disposto a uma nova rectificação, a escutar mais atentamente as suas inspirações…Os dois discípulos de que fala o Evangelho perguntaram a Jesus: «–Onde moras?…» E Jesus replicou-lhes: «Vinde ver!». E eles foram e permaneceram junto d’Ele nesse dia. Foi para eles o início de uma maravilhosa aventura. Que grande sorte para eles o terem sido prontos e terem conhecido Jesus naquela tarde.

Vale a pena jogar a vida e entregar-se por inteiro à vontade do Senhor, correspondendo generosamente ao amor e à confiança que Deus deposita em nós.

A exemplo de Nossa Senhora, de S. José e de tantos Santos, sejamos generosos na entrega, sirvamos ao Senhor como Ele merece, demo-nos sem medida, combatendo o bom combate, trabalhando sem procurar descanso, gastando-nos sem esperar outra recompensa senão saber que fazemos a Santíssima e amabilíssima vontade de Deus.

A união a Jesus Cristo é condição indispensável para fazer a vontade do Pai e dar frutos sobrenaturais de boas obras, como Ele mesmo afirmou, dizendo: «Sem Mim nada podeis fazer».

A Eucaristia é o Sacramento Santíssimo que nos une cada vez mais a Jesus Cristo: «Quem come a minha carne e bebe o meu sangue, permanece em Mim e Eu nele» – diz o Senhor. Comunguemos, pois o Seu Corpo e a nossa vida será sempre do agrado de Deus e repleta de uma admirável fecundidade apostólica.

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