18 de fevereiro de 2018 – 1º Domingo da Quaresma – Ano B

Desde os tempos antigos, mormente nos tempos de Moisés, o deserto era considerado um lugar de encontro do homem com Deus, e, também, de penitência e tentação do espírito do mal.
Quarenta dias e quarenta noites ficou Jesus, no deserto, em dura penitência, sozinho, sem alimentos, tendo por companhia, apenas os animais selvagens, sem que, no entanto, algum tentasse fazer-lhe mal. Permitiu o Altíssimo Deus que Jesus fosse tentado pelo Demónio.
No seu etilo breve e conciso, o evangelista São Marcos, relata-nos como tudo se passou.
As seduções do Demónio não causaram, é claro, a menor perturbação no espírito sereno de Jesus, que a todas respondeu, repelindo-as com a autoridade e a sabedoria inerente à Sua natureza divina.
Terminados os quarenta dias de austeridade e penitência, vencido e expulso o espírito do mal, vieram os anjos servir Jesus que, em seguida, se retirou do deserto para iniciar a Sua vida pública. Ao nosso entendimento de cristãos é difícil compreender que Jesus, o Filho de Deus, a Santidade Infinita, pudesse ser sujeito a tentações do espírito do mal.
Talvez uma maneira relevante de se manifestar a humanidade de Jesus?
Desígnios de Deus, transcendentes para a nossa limitada mentalidade humana. Pondo de lado todas as interrogações que nos ocorrem, tomemos este tema para uma pequena meditação quaresmal.
Os quarenta dias que Jesus passou no deserto foram uma preparação para a Sua vida pública de pregação evangelizadora. Antes de ir viver no meio dos homens, enfrentar a sua hostilidade, a sua dureza de coração, quis Jesus viver aqueles longos dias de isolamento em íntimo convívio com o Seu Pai Celeste, para que Ele aumentasse as Suas forças e sabedoria que Lhe iam ser necessárias para vencer o pecado e a incredulidade dos homens. Desde os princípios do mundo, estes foram marcados pelo pecado, consequência do pecado original.
O primeiro homem, com a sua desobediência, abriu o caminho à tentação, ao pecado e à morte. A nossa vida, neste mundo, é uma luta constante contra o pecado. A natureza humana é sujeita a toda a espécie de tentações e rodeada de constantes incentivos para o mal. Umas vezes mais fortes, outras mais permeáveis, embora cheios de boas intenções, vamos continuando, no entanto, a luta sem desanimar, sem perder a esperança.
Jesus, o Senhor, na Sua infinita misericórdia, há-de ser o nosso amparo no meio das tentações e das quedas.
Não podemos desanimar nem afrouxar. O Seu amor, a Sua imensa caridade amparam a nossa fraqueza e iluminam as nossas trevas, quando o pecado ensombra o nosso caminho e o coração está angustiado.
Neste tempo penitencial da Quaresma procuremos desagravar o Senhor nosso Deus de todas as nossas ofensas, por meio da oração e penitência.
Connosco a Igreja de Deus toma, também, uma posição de penitente, vestindo-se de roxo, convidando os fiéis ao recolhimento e conversão, recomendando insistentemente o uso frequente do Sacramento da Penitência, que o Senhor nos deixou como auxílio e remédio para o mal.

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