Nas leituras deste domingo, está bem expressa a vontade de Deus em relação ao homem, apontando-lhe o caminho do amor e do perdão, convidando-o a colaborar na obra da salvação. Certamente reparaste na pergunta que Pedro fez a Jesus: Se meu irmão me ofendeu várias vezes, quantas deverei perdoar-lhe? Irei até sete vezes? Jesus mostra a Sua infinita capacidade de amor e de perdão ao responder: não te digo sete vezes, mas setenta vezes sete, o que quer dizer que o perdão não tem limites.
Jesus Cristo mando-nos fazer oração deste modo: «perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido». E diz-nos: se vós perdoardes aos vossos irmãos as ofensas que tendes deles, também vosso Pai celestial vos há-de perdoar. Jesus ensina-nos este dever com o Seu próprio exemplo, morrendo na cruz onde implora do Pai o perdão para os que O crucificaram: Pai perdoa-lhes porque não sabem o que fazem.
Perdoar é um dever absoluto que Deus nos impõe, a ponto de não nos perdoar se nós também não perdoarmos. E só seremos capazes de perdoar se, no nosso coração existir amor porque, sem amor, não pode haver perdão.
O primeiro mandamento manda-nos amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos. Temos o dever de amar o próximo pois é Deus quem no-lo pede. Todo o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus e por isso todos somos irmãos. O amor que devemos ter a todos os homens estende-se também, por vontade expressa de Jesus Cristo, aos nossos inimigos. O verdadeiro sinal do amor aos inimigos é o perdão das ofensas. Se gostamos de ser perdoados, perdoemos também. «Com a medida com que medirdes os outros, sereis medidos».
Meditemos nestas palavras de Jesus, quando nos nossos corações se levantarem rancores, ódios, invejas, e desejos de vingança, contra os nossos irmãos. Amemo-los como Cristo nos amou. Jesus Cristo disse: amai os vossos inimigos; fazei bem aos que vos perseguem e caluniam. Deste modo estamos a ser verdadeiros cristãos, filhos de Deus nosso Pai, o qual faz nascer o sol e a chuva sobre bons e maus, justos e injustos. Porque se nós amamos só aqueles que nos amam que recompensa teremos? O Senhor quer que reparemos o mal através da reconciliação. Portanto se estás fazendo a tua oferta diante do altar e te lembrares que teu irmão tem contra ti alguma coisa, deixa a tua oferta diante do altar e vai reconciliar-te primeiro com o teu irmão. Virás depois então fazer a tua oferta.