16 de dezembro de 2018 -3º Domingo do Advento Ano C

A liturgia hoje faz-nos um convite, um apelo à alegria. Todos precisamos de alegria para viver. O nosso povo diz que «um santo triste é um triste santo» querendo dizer que a santidade tem que estar ligada à alegria. Estamos na terra para glorificar a Deus, mas tal missão deve ser cumprida na alegria.
A alegria que perpassa através do Advento e impregna os textos litúrgicos nasce desta certeza consoladora: depois do homem ter pecado, Deus não o abandonou, mas encarnou e tornou-se presente na História da Humanidade e na existência de cada um de nós, abrindo assim um novo caminho para uma nova Vida.
Para além da Sua Paixão, Cristo ressuscitou e continua a viver no meio de nós, pondo-nos em comunhão com Deus e com os irmãos.
A alegria é uma consequência, é uma exigência da nossa fé; o cristão deve vivê-la, mesmo nas horas más, deve transmiti-la dando assim testemunho da presença de Deus no mundo.
Porque há então ainda tanta tristeza, mesmo entre os cristãos? A razão é que a «Boa Nova» ainda não chegou a todos. E muitos só a aceitaram parcialmente. Continuamos a dar um valor absoluto às coisas materiais e a pôr nelas muitas esperanças. O homem resiste à graça que o convida a estar no mundo como peregrino, teima em «fixar-se» e prender-se às coisas. Esta teimosia traz-lhe constantes desilusões e tristezas. Nesta época de Outono, em que as folhas velhas caem das árvores para morrerem, devíamos cair na conta de que não temos aqui a nossa morada permanente.
No Evangelho, São João Baptista ao proclamar a caridade e a justiça, desce ao pormenor das aplicações concretas na vida das pessoas: cumprimento do dever e amor ao próximo (aos oficiais do fisco – os publicanos – diz para só exigirem o que está tabelado; aos soldados, que não maltratem ninguém e vivam honestamente do seu soldo). Isto é uma parte da pregação do Precursor. Cada um de nós, a partir destes casos, e pensando na sua situação, nos seus deveres próprios, devia ter coragem para encontrar outras aplicações concretas às suas vidas. Pode parecer muito exigente esta pregação, mas ela está na linha que Jesus depois há-de seguir.

Check Also

Nota Pastoral na comemoração dos cinquenta anos do “25 de Abril”

1. Na comemoração do cinquentenário da Revolução de 25 de Abril de 1974 cabe aos …

Sahifa Theme License is not validated, Go to the theme options page to validate the license, You need a single license for each domain name.