14 de julho de 2019 -15º Domingo do Tempo Comum – Ano C

O hábito e a repetição da leitura e da escrita contínua fazem-nos, por vezes, perder o verdadeiro sentido das situações imaginadas por Jesus para nos fazer compreender melhor a Sua mensagem de amor, transmitida sempre na beleza e clara simplicidade do Seu narrar, acessível aos puros de coração e longínqua para os mal intencionados.
Viver é, ou deveria ser sempre, amar, mas amar a quem? A Deus e ao próximo. E quem é o meu próximo? Os outros, todos os outros são nossos próximos, mas a necessidade é que condiciona o grau de proximidade e não tanto a amizade, o parentesco a vizinhança, etc… Isto obriga-nos a atender e a amar não só os da nossa raça e da nossa religião como também os estrangeiros, os diferentes de nós e até os nossos inimigos. Os cristãos, como tais, deviam dar o exemplo do amor desinteressado, da abnegação, do serviço, do esquecimento de si mesmos, mas isso nem sempre acontece e calha, por vezes, descobrirmos que há infiéis, pecadores e marginalizados mais compassivos, disponíveis e solícitos que muitos batizados comodamente instalados e seguros de si, a julgarem que eles é que são bons!
Com esta parábola adverte-nos da nossa dureza de coração. Aqueles que estão dentro da «Lei» nem sempre são os melhores. Quantas vezes não sucederá serem os que consideramos fora da Lei de Deus os mais generosos e prontos na entreajuda fraterna. O cumprimento dos deveres de piedade nem sempre conduzem só por si à verdadeira virtude; mas todo aquele que se coloca no caminho do pobre, esse torna-se seu próximo.
Através da parábola do Bom Samaritano somos convidados a tornar-nos próximos, a aproximarmo-nos não importa de que, mas sobretudo do que sofre, mesmo que seja um desconhecido e um estranho quanto à educação, meio social e ideias.
Não é fácil no mundo de hoje em constante mudança, sermos fiéis ao espírito do Evangelho, mas a atualidade deste é bem evidente, pois no nosso tempo tanto ou mais premente se torna a necessidade de amar. Só o Amor pode conduzir à Verdade.
A inteligência humana, deformada por teorias e ideias de valores falseados, defronta-se frequentemente com filosofias e ideologias espalhadas perigosamente através da escola, da impressa, da televisão, da internet. É, por isso, muito importante estarmos bem informados para podermos discernir o bem do mal e manter a força interior da crítica. Devemo-nos interrogar com frequência se esta ou aquela atitude ou maneira de encarar os problemas da vida está em sintonia com o pensamento da Igreja.

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