11 de junho de 2020 – Solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo

O dia de hoje é especialmente dedicado à festa do Santíssimo Sacramento da Eucaristia.

A primeira leitura desta solenidade do Corpo de Deus, é tirada do Deuterenómio, o quinto livro de Moisés. Nele se faz a alusão ao «maná» que o Senhor fazia cair no deserto, para sustento do Seu povo errante.

O «maná» é o símbolo do Santíssimo Sacramento da Eucaristia que muitos séculos depois, seria instituída por Jesus, durante a última ceia, em que celebrou a Páscoa com os Seus discípulos. Assim como o Senhor alimentou o povo de Israel durante a sua longa travessia do deserto, assim agora, nos tempos atuais, nós, o Povo de Deus, somos alimentados por um «maná» muito mais precioso: o Corpo e Sangue de Jesus Cristo, na Sagrada Eucaristia.

Já lá fora nas sombras, como que se delineavam os vagos contornos duma cruz que em breve seria o símbolo da cristandade através dos séculos futuros, quando Jesus acompanhado pelos Apóstolos, celebrava no Cenáculo a Sua última Páscoa neste mundo.

Antecipadamente saudoso dos filhos tão amados que em breve ia deixar sem a Sua preciosa presença, Jesus instituiu o Santíssimo Sacramento da Eucaristia: «Fazei isto em minha memória» foi a frase sacramental que Lhe ia permitir ficar para sempre na companhia dos homens, para alimento e amparo da sua fraqueza, durante os tempos vindouros até à consumação dos tempos. Não bastavam a Jesus os tormentos da Sua dolorosa Paixão e Morte; não foi mesmo suficiente que depois da Sua Ascensão, enviasse o Espírito Santo sobre os Apóstolos, para iluminar a sua ignorância, fortalecer a sua fraqueza humana, fazendo de uns homens rudes e ignorantes, uns sábios, de homens tímidos e medrosos, uns heróis à altura da imensa missão que lhes confiara; no Seu infinito amor, tinha ainda de dar à humanidade fraca e pecadora, o conforto, a graça extraordinária da Sua presença real para todo o sempre, amparo para a nossa pequenez e valiosa ajuda para a nossa caminhada neste mundo, até que um dia alcancemos também a nossa Terra da Promissão, a Bem aventurança Eterna! Esta presença real do Senhor, quase que ultrapassa a compreensão humana!

Haverá palavras que consigam agradecer esta dádiva preciosa?!

Quanta humildade, quanta gratidão seriam necessárias para que pudéssemos condignamente corresponder a tão grande misericórdia?

Se pensássemos bem nesta Divina Presença, quem teria a coragem de passar diante de uma igreja, onde Jesus se encontra, no Sacrário, tão real e perfeitamente como no Céu, sem entrar, ainda que só por uns momentos, ajoelhar diante do Sacrário, onde o Senhor quase sempre sozinho, nos espera amorosamente, aguardando uma palavra nossa de saudação e amor?!

Sempre atarefados com os cuidados e afazeres do dia-a-dia, não o fazemos porque «é tarde», «temos muito que fazer», «não temos tempo»! Não nos lembramos de que Deus é o Senhor do tempo, que só temos o tempo que Ele nos quer dar. Àquele Senhor que nos ama, que tanto nos dá, demos um pouco do nosso tempo, do nosso amor, um lugar no nosso dia-a-dia!

E quando chegarmos cá fora, estaremos mais fortes, mais em paz, para enfrentar as dificuldades, os sofrimentos que nos esperam.

E assim, o Senhor será a nossa força e nós daremos testemunho do Seu amor e da Sua presença na nossa vida.

 

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