1 de novembro de 2014 – Solenidade de Todos os Santos

A festa de Todos os Santos é de toda a Igreja – dos que estão no além e dos que ainda peregrinam neste mundo. Se estamos em graça de Deus, pertencemos ao número dos festejados. Na liturgia de hoje. A Igreja convida-nos a apreciar o valor da santidade

A IDENTIDADE DO SANTO

A santidade pode definir-se com a união com Deus. Santo é o que vive na graça de Deus, o que vive no amor de Deus. É por isso que se chamam os amigos de Deus. Este amor foi realizado e atingido, por vezes com heroísmos, através de muitos «sins» dados ao Senhor. Pensamos mais nos santos do céu, pouco nos do Purgatório e menos nos da terra. Afinal, os santos da terra – há neste mundo muitos amigos de Deus – são os que mais carecem de atenção. Os outros já estão seguros da felicidade, já atingiram a meta. Os que vão a caminho é que devem ser mais apoiados. Há santos na terra, porque é o único lugar onde eles se fazem. Para ser santo, é necessário estar em movimento, porque o amor de Deus não pode ser estático, tem de ser dinâmico. A santidade implica renovação… sempre a «descer» na humildade para estar sempre a «subir» na caridade. Santo é o que imita o Santo dos Santos: Jesus Cristo. Sepultemo-nos neste mundo como Cristo em Nazaré, ou então, como João Batista, «…que eu diminua e que Ele cresça».

Ser santo implica necessariamente dar as mãos, para haver «santos em cacho», pais e filhos, colegas e companheiros, etc.

FESTEJAR OS SANTOS, PORQUÊ?

Festejar os santos é lembrar aqueles heróis da virtude que não se envergonharam de Cristo cujo nome tinham nos lábios e cujo amor enchia o coração. É cumprir a ordem do Senhor: «que o justo seja louvado». É sobretudo imitar e invocar os irmãos que chegaram à visão de Deus. Agarramo-nos a eles, para que lá cheguemos também. Lembrar os santos é lembrar o céu – a recompensa dos amigos de Deus. Serve para imaginar – embora de longe – a CIDADE, a PÁTRIA, o REFRIGÉRIO, a LUZ ETERNA, PAZ que está reservada para aquelas que amam o Senhor, cumprindo os seus mandamentos.

A festa deste dia é uma distinção entre felicidade e infelicidade e é um estímulo para acreditar e realizar o projeto de Cristo no sermão das bem-aventuranças.

É a evocação daqueles que foram da nossa terra, que calaram os mesmos caminhos… «caíram e levantaram-se» e, agora, gozam da paz que nunca terá fim. Festejar os santos é dialogar com os amigos que estão mais perto de Deus. Daqui lhes damos os parabéns, por acertarem na vida, como pessoas prudentes. Eles não só intercedem por nós, como nos dizem: segui-nos, fazei como nós, para vos juntardes connosco na Casa do Pai.

Com exceção de Maria Santíssima e de São João Batista, os homens não nascem santos, fazem-se santos pela prática da vontade de Deus. Apelam para a fé, vivem da fé. Não falam, não agem por conta própria mas por impulso do Espírito a quem invocam em tudo, como Cristo no horto «… não se faça a minha vontade mas sim a tua». Santos são os que rezam bem. Todos os que estão no céu, estão lá porque rezaram, já que sem oração não é possível agradar a Deus. «Sem Mim nada podeis fazer» diz o Senhor.

São homens e mulheres que estudaram, refletiram sobre a doutrina de Cristo, sintetizada nos mandamentos. Foram ao encontro da vontade de Deus que cumpriram auxiliados pela Sua graça que obtiveram na oração e nos sacramentos.

Afinal, o programa da vida dos santos é bem simples: lutaram, pecaram, corrigiram os defeitos, partiram com a veste nupcial. São as pessoas mais prudentes porque escolheram a melhor parte que nunca lhes será tirada. Se é útil louvar os santos do céu, não será menos gratificante lembrar os santos da terra. São irmãos que se ajudam mutuamente a realizar o fim da criação: conhecê-l’O, amá-lO e ser feliz com Ele para sempre.

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