1 de maio de 2019 – São José Operário

A festa do trabalho, que hoje celebramos,  foi colocada sob a proteção de S. José operário, em 1955, pelo Papa Pio XII. O pai adoptivo de Jesus a todos quer proteger e para todos é excelente modelo a imitar. A crise que Portugal e o mundo atravessa, será vencida na medida em que, verdadeiramente imitarmos S. José. 

1. A importância e valor do trabalho.

Deus, Criador de tudo quanto existe, podia dar-nos um mundo totalmente acabado, no qual não houvesse mais nada a fazer, mas querendo associar-nos a esta obra grandiosa, fruto da Sua Sabedoria e querer infinito, chamou-nos, mediante o trabalho, a colaborar com Ele. Eis quão grande é a dignidade do trabalho e de quem o executa nesta perspectiva de fé.
Ao homem, criado à imagem e semelhança de Deus, foi concedida a inteligência necessária para descobrir as leis, que Ele, deixou impressas nas mesmas coisas criadas. Ao homem foi dada a possibilidade de poder transformar e aperfeiçoar este mundo maravilhoso, no qual, um dia nasceu. Á luz destes princípios, o trabalho deve ser encarado como uma honra e mesmo motivo de grande alegria. Trata-se afinal de colaborar com o Senhor do Universo, o grande Amigo, o queridíssimo Pai do Céu. E como é bom trabalhar junto de quem nos ama! Assim compreendemos o motivo pelo qual tais descobertas causaram grande contentamento em quem as encontrou.
Esta faceta tão importante que a fé nos transmite, deverá estar presente em todo o agir humano de um cristão consciente da sua dignidade de filho de Deus. Encarar o trabalho como mera fonte de enriquecimento ou de subsistência é mesmo muito redutor.

2. O exemplo de S. José.

Na Sagrada Família de Nazaré, esta colaboração com Deus, que todos devemos sentir no trabalho quotidiano, torna-se palpável, visível. S. José tem a seu lado o próprio Filho de Deus, pelo Qual “todas as coisas foram feitas; e sem Ele nada foi feito” Jo 1, 2-3.
É fácil imaginar a alegria que deveria sentir S. José ao ver-se ajudado pelo próprio Filho de Deus e Senhor de tudo quanto existe! Como o trabalho se tornava para ele tão honroso e agradável! As horas de labor assim vividas até pareciam mais velozes. Como o amor vence todas as dificuldades, dá alegria a toda a atividade humana. O trabalho executado neste ambiente como que se tornava mais leve e muito agradável. Se o corpo, ao fim do dia se devia sentir mais ou menos fatigado, o espírito estava contente. Com que alegria, ao fim da jornada, para recuperar as forças gastas, a Sagrada Família comia a frugal refeição preparada com toda a ternura e amor pela própria Mãe de Jesus, a Virgem Santíssima.
Como é importante deixarmo-nos possuir por tão consoladoras verdades, que a fé nos garantem terem existido.

3. Direitos e obrigações do trabalhador.

A Igreja sempre se tem preocupado com o bem-estar de seus filhos. Pode-se mesmo afirmar que sofre quando os vê sofrer. Por isso não tem ficado indiferente quando sabe existirem operários vítimas de atuações menos corretas por parte de alguns patrões ou de certos regimes políticos. Assim, sobretudo após a chamada” revolução industrial” iniciada no século XIX, todos os Papas têm apresentado, com muita clareza, e grande atualidade a doutrina social da Igreja, chamando a atenção para os direitos e obrigações que todos os intervenientes nas atividades laborais deverão ter presente para uma boa harmonia e proveito mútuo. Essa doutrina, tão sabiamente exposta pelos referidos Papas, deve ser conhecida e seguida por todos. Aí se encontram expressos os direitos e obrigações de operários e respetivos patronatos.
Como é importante ter presente as leis divinas, com que o mesmo Deus dotou as Suas criaturas. Quando tal não acontece é a própria natureza que se revolta, dando ocasião a verdadeiros desastres ecológicos. A poluição dos rios, mares e ar, certos cataclismos na terra e/ou no mar, bem como muitas doenças que ameaçam homens, mulheres, animais e plantas, são consequência desses desvarios humanos.
Quando os trabalhos são executados sob o olhar de Deus, como S. José fazia, tudo é bem sucedido e, mesmo com o esforço físico que se exige, tudo se torna bem sucedido e menos pesado. Todo o trabalho realizado com a consciência da presença amorosa de Deus, é santificado, santifica e é instrumento de santificação. Quantas riquezas, por vezes, se desperdiçam! Podemos verdadeiramente afirmar que, cada dia que passa, será positivo, negativo ou desperdiçado para a eternidade, conforme tiver sido vivido ou não sob o terno “olhar” do Pai do Céu.
Que S. José, modelo de todos os operários, interceda por nós, junto de Deus, para que imitando-o, todos os nossos trabalhos, contribuam para maior glória do Senhor e santificação de nossas vidas.

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