1 de janeiro de 2020 – Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus

A Igreja contempla na oitava do Natal, sem desviar os olhos de Cristo, a criatura por meio da qual tão grande mistério se tornou possível. O Filho de Deus encarnou, por obra do Espírito Santo, de Maria, sempre virgem, que por isso é verdadeiramente Mãe de Deus. Comecemos o novo ano dizendo, agradecidos, a Nossa Senhora: Santa Maria, Mãe de Deus rogai por nós para que percorramos estes dias santamente.

Maria é, no plano de Deus, a Mãe de Jesus; foi por Ela que se realizou a Encarnação. Assim nunca podemos separar Jesus de Sua Mãe, nem venerar Maria esquecendo Jesus.
Maria ficou para sempre associada à obra Redentora, da reconciliação da humanidade na paz. Ela veio trazer-nos Jesus e por Ele a «Paz aos homens de boa vontade». Mas se somos homens de boa vontade só recebemos a Paz de Deus se formos construtores de Paz.

A bênção de Deus

A Igreja, na liturgia do primeiro dia do ano, regressa a Belém, acompanhando os pastores. A oitava do Natal culmina com este regresso até o lugar onde acaba de nascer o Filho de Deus, para contemplar de novo o mistério. Nunca nos cansamos de contemplar o Amor com que Deus nos ama, e esse Amor tem a sua mais plena expressão na criança que dorme numa manjedoura. Junto dela encontramos a Maria e José e, com os pastores, glorificamos e louvamos a Deus por tudo o que vemos e ouvimos. O Menino que custodiam amorosamente Maria e José, e adoraram os pastores, é a Bênção de Deus, enviada ao Mundo, que o renova e santifica. O Cosmos e História humana começaram de novo com o mistério da Encarnação.
Compreendemos, por isso que a Igreja escolha para este dia a leitura do livro dos Números que contem a bênção solene com que o povo eleito iniciava o novo ano.
Começamos, assim, o ano recordando o começo da Aliança nova e da nova relação dos homens com Deus. A grande novidade é a nossa filiação divina. Deus nos abençoa tornando-nos os seus filhos. Mas fá-lo por meio de Maria. A Sua Bênção veio até nos como fruto do seio imaculado de Nossa Senhora. Todos os dias rezamos: “Bendito é o fruto de Vosso ventre, Jesus”. Lembremos então que Jesus não só é bendito, mas é a Bênção que nos faz benditos a nós.

Nossa Senhora Mãe de Deus e dos filhos de Deus

O santo Papa Paulo VI dispôs que a solenidade da Maternidade divina de Maria fosse celebrada no dia 1 de Janeiro. O Santo Padre explica numa Exortação Apostólica o motivo de tal mudança. Nela diz que tal celebração deve ocupar um lugar preeminente, porque “está destinada a celebrar a parte que Maria teve no mistério da salvação e a exaltar a singular dignidade de que goza a Mãe Santa (…], por quem merecemos receber ao Autor da vida” (Paulo VI, E.A. Marialis cultus, 5 ).
A Maternidade divina de Maria é um privilégio, inimaginável. Ela é verdadeiramente Mãe de Deus, não num sentido figurado, porque verdadeiramente deu à luz o Filho de Deus no seu nascimento temporal. Nossa Senhora não é mãe só da natureza humana de Jesus Cristo, mas da Pessoa a quem pertencem esse corpo e alma humanos. Por isso Maria é verdadeiramente Mãe de Deus enquanto homem.
Os cristãos sempre acreditaram nesta verdade, embora só fosse solenemente definida no Concilio de Éfeso (ano 431). Também entenderam, como consequência lógica, que todas as graças e privilégios com que Deus adornou Nossa Senhora foram concedidos em ordem à sua Maternidade Divina.
Mas, podemos perguntar-nos, por quê o Senhor quis que Maria fosse Mãe de Deus? Foi, responde a Igreja, pelo mesmo motivo pelo que qual quis a Encarnação, “por nós homens, e para a nossa salvação”. Maria é Mãe de Deus para que nós possamos alcançar o Céu e ser filhos de Deus. Maria não é só Mãe do Filho de Deus, mas também de todos os filhos adotivos de Deus.
A simples e rica jaculatória “Mãe de Deus e nossa mãe”, contém as mais belas palavras que podemos dirigir a Nossa Senhora. Com ela estamos a celebrar com a Mãe do Céu a maior graça por Ela recebida, e o maior dom que também nos recebemos.

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