1 de agosto de 2021 – 18º Domingo do Tempo Comum – Ano B

No diálogo travado entre Jesus e alguns daqueles que O escutavam, Ele aponta-lhes a causa que os dinamizou interiormente. Levando-os à Sua procura. Não foi porque viram o milagre da multiplicação dos que eles O seguiram mas porque lhes havia saciado a fome. Então, aproveitando-se deste facto, recomenda-lhes que trabalhem pelo alimento que permanece para a Vida eterna. À pergunta que Lhe fizeram sobre a orientação que deviam imprimir à sua conduta, Jesus responde-lhes que, mais do que o cumprimento formal e frio da Lei, deveriam aderir à Sua pessoa.

Na história do povo de Israel, a saída do Egipto foi a primeira etapa da sua libertação, mas a caminhada através do deserto e do Monte Sinai não esteve isenta de dificuldades; por isso, alguns israelitas no decurso da sua peregrinação demasiadamente incómoda e penosa, desanimavam e iam murmurando por causa dos sofrimentos e privações que tinham de sofrer, chegando mesmo a ter saudades do tempo que tinham passado no Egipto, apesar da situação de escravidão em que se encontravam. Mas Deus, compadeceu-se deles, deu-lhes o maná. Também as codornizes que, no seu vôo migratório, atravessam o Mediterrâneo e iam cair exaustas ao longo da costa, serviam para seu alimento, como dádiva divina.

E tal como Moisés havia dado ao povo o sinal do maná, também os ouvintes de Jesus Lhe pedem um sinal que lhes fizesse ver que Ele era, de facto, o Messias, o Enviado de Deus. Mas Jesus respondeu-lhes dizendo que Ele próprio é o Pão descido do Céu e que quem d’Ele comer viverá eternamente.

Ele é, na verdade, o Pão que alimenta todas as fomes, que dimensiona a liberdade e que dá a forma necessária para enfrentar os combates do dia a dia.

O Senhor ficou, de facto connosco, para que a liberdade, força decisiva da Humanidade e dom de Deus, não perca nem se degrade. Só o Senhor, presente na Eucaristia, pode saciar todas as fomes do mundo. Só Ele poderá libertar o homem das muitas escravaturas do nosso tempo, que podem ser o álcool, a pornografia, a droga, o materialismo, a busca desenfreada do prazer. Ele é, pois, o Amigo que, no Sacrário, aguarda não só as amargas confidências das nossas angústias, dos nossos sofrimentos, mas também das nossas alegrias e triunfos, para dar a tudo isto a sua autêntica dimensão e o seu verdadeiro sentido. É de tão excelsa grandeza o Sacramento da Eucaristia que não devemos aproximar-nos d’Ele de qualquer maneira.

 

1º – Comungar sem estar revestido da veste nupcial, que é o estado de graça, pois todo aquele que come e bebe indignamente o Corpo e Sangue do Senhor, come e bebe a sua própria condenação.

 

2º – Julgar que é necessário um estado de total impecabilidade para podermos receber o Senhor.

Hoje é vulgar vermos assembleia quase na sua totalidade a comungar, enquanto os confessionários vão ficando vazios. Será que todos estão revestidos da veste nupcial, ou será que a nossa mediocridade vai apagando em nós o sentido do pecado?

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