1 de abril de 2018 – Domingo de Páscoa da Ressurreição do Senhor

Celebramos a festa das festas, a Ressurreição gloriosa de Jesus. Ele venceu a morte, venceu o pecado.
Está aqui, como há dois mil anos. E quer vir ao nosso coração purificado pela penitência quaresmal e pelo sacramento do perdão que deu à Sua Igreja precisamente em dia de Páscoa.
Abramos os olhos da fé para O reconhecer e acolher com alegria.

Viu e acreditou
São muito expressivas as cerimónias da Vigília Pascal. Cristo ressuscitado é a Luz do Mundo. A Sua palavra ilumina e aquece os corações dos homens de todos os tempos. A Sua graça vem até nós pelo Baptismo, que nos fez participar da Sua vida divina e pela Eucaristia, que O torna presente entre nós.
Vamos encher a nossa alma da Sua luz e da alegria pascal que nos trouxe. Avivemos a nossa fé. Abramos os olhos para O reconhecer.
O Apóstolo João foi ao sepulcro com Pedro, para comprovar o que as mulheres diziam «Viu e acreditou». O Senhor apareceu às mulheres naquela manhã de Páscoa, apareceu aos discípulos de Emaús na tarde daquele dia Apareceu à noite aos apóstolos no Cenáculo.
Ele está aqui, agora, no meio de nós como há dois mil anos. Está vivo e ressuscitado. A Páscoa é a festa da alegria. É a vitória de Jesus sobre a morte, sobre o pecado, sobre o demónio.
E é festa tão grande que a celebramos todas as semanas. Cada domingo é dia de Páscoa, é dia de Jesus ressuscitado. É o dia do Senhor, como exprime a palavra domingo. Que celebremos hoje com grande alegria a ressurreição de Jesus, com o desejo de a continuar em cada domingo pelo ano fora.
Nos tempos que vivemos o dia do Senhor é profanado por trabalhos indevidos. É profanado pelas faltas à missa por parte de tantos cristãos. Por muitos que se divertem à maneira dos pagãos ou que se encharcam de álcool nesse dia.
O domingo tem de ser para nós o dia de Jesus ressuscitado, que nos enche de esperança e de coragem para enfrentar os trabalhos e agruras da semana. Há-de ser dia de oração mais intensa: na missa bem vivida, na leitura meditada da palavra de Deus, no rosário na igreja ou em família.
Há-de ser dia de caridade, visitando os doentes, os idosos, os familiares. Dando mais atenção aos filhos ou aos pais.
Há-de ser dia de descanso, evitando os trabalhos pesados. Sem deixar que o desporto ocupe o lugar que pertence a Deus ou aos outros. A caça ou a pesca não podem dispensar da missa dominical e das outras obrigações deste dia
À pergunta «como santificar o domingo» responde o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica: «Os cristãos santificam o domingo e as festas de preceito participando na Eucaristia do Senhor e abstendo-se das actividades que o impedem de prestar culto a Deus e perturbam a alegria própria do dia do Senhor ou o devido descanso da mente ou do corpo.
São permitidas as actividades ligadas a necessidades familiares ou a serviços de grande utilidade social, desde que não criem hábitos prejudiciais à santificação do Domingo, à vida de família e à saúde.» (Compêndio, 453). Continua a ser obrigação grave ir à missa de cada domingo e dia santo de guarda.
Contava alguém dum jovem que não faltava à missa. Fernando estava já nos finais da Secundária. O pai disse-lhe: – como tiraste boas notas, comprei-te uma espingarda e no domingo podes ir à caça comigo, a ver se matas alguma perdiz ou alguma lebre.
Ficou muito contente, porque gostava muito de ser caçador. No domingo de manhã levantou-se cedo e disse:
– Pai, vou à missa num instante, porque à tarde já não há nenhuma e depois vamos para a caça.
– Deixa-te de beatices e vamos já embora. Deixa-te dessas tolices que te meteram na cabeça. Se não fores à igreja nem por isso deixarás de acertar nas perdizes.
O rapaz olhou para o pai e, com respeito mas também com valentia, disse-lhe: – Papá, se é tolice o terceiro mandamento da Lei de Deus, que manda santificar os domingos, também será uma tolice o quarto, que manda honrar pai e mãe.
Tinha razão.
Se ressuscitastes com Cristo
Em cada domingo vamos carregar baterias, encher de combustível o depósito da nossa alma. Junto de Jesus ressuscitado, que ficou connosco pelos tempos fora, na Eucaristia, vamos encher-nos de energias para viver essa vida nova que nos trouxe pela Sua morte e ressurreição. «Se ressuscitastes com Cristo – lembra-nos o Apóstolo – aspirai às coisas do alto, onde está Cristo sentado à direita de Deus» (2ª leit.).
Em cada domingo afinamos o rumo da nossa vida, para corrermos mais animosos em direcção à meta que nos espera. Enchemo-nos de esperança e de coragem. Oferecemos os nossos trabalhos, as nossas penas e alegrias a Deus pelas mãos de Jesus.
Tocamos em Seu corpo, como os apóstolos, contemplamos as Suas chagas, reafirmamos a certeza de vencer com Ele o pecado e o demónio, nas tentações de cada dia, enchendo-nos da Sua força para levarmos uma vida de santidade.
Como aqueles cristãos do Norte de África que, na perseguição de Diocleciano, foram presos quando participavam na Eucaristia de domingo, também nós havemos de dizer: não podemos viver sem o domingo. Sem o dia do Senhor e, sobretudo, sem a Santa Missa, que é o centro de cada domingo, a nossa vida vai perdendo sentido e sabor.
Em alguns países o domingo é chamado o dia do sol. Os cristãos aproveitaram esse nome; porque Jesus é o verdadeiro sol que ilumina e aquece a nossa vida. O domingo é para nós o dia do Sol, que é Jesus Cristo ressuscitado.
O domingo é dia do descanso «Graças ao descanso dominical -lembra João Paulo II na carta apostólica o Dia do Senhor, que vale a pena ler ou reler – as preocupações e afazeres quotidianos podem reencontrar a sua justa dimensão: as coisas materiais, pelas quais nos afadigamos, dão lugar aos valores do espírito; as pessoas com quem vivemos, recuperam no encontro e diálogo mais tranquilo a sua verdadeira fisionomia: As próprias belezas da natureza -frequentemente malbaratadas por uma lógica de domínio, que se volta contra o homem – podem ser profundamente descobertas e apreciadas» (O dia do Senhor, 67).
Saibamos organizar os programas de domingo, evitando tudo o que pode afastar de Deus. Não deixando, por exemplo, que o desporto ocupe o primeiro lugar ou impeça de ir à missa, sobretudo aos mais novos. Os pais têm de estar atentos àqueles que por má fé ou por irreflexão ocupam com actividades desportivas as manhãs de domingo. E isto está a acontecer cada vez mais, por toda a parte.
Ide dizer aos Seus discípulos
No dia de Páscoa as mulheres que foram ao túmulo de manhã cedo receberam o encargo de anunciar a ressurreição do Senhor. Primeiro dos anjos, depois do próprio Jesus, que lhes apareceu no caminho.
Os discípulos de Emaús sentiram também a necessidade de virem comunicar aos amigos a aparição de Jesus, que, sentado à mesa, repetira o milagre da Última Ceia. Apesar de terem de fazer uma longa viagem pela noite dentro. Porque a sua alegria não cabia no seu coração.
Que bom se todos os cristãos sentissem a mesma alegria em cada missa e a necessidade de a transmitir aos seus amigos. Não ficariam tantos e tantos sem missa. Vamos nós abrir os olhos neste dia de Páscoa, vamos encher-nos de fé e de amor ao Senhor, para que a Sua alegria penetre em nossos corações e a possamos transmitir aos outros com entusiasmo.
A nova evangelização que a Igreja nos pede há -de ter este sentido pascal de fé, de alegria, de certeza da vitória de Cristo. O mundo, sobretudo este mundo ocidental, que pôs a sua segurança nas riquezas materiais, precisa do anúncio da verdadeira felicidade que só Cristo ressuscitado lhe pode trazer.
Temos de ser nós os cristãos com o nosso exemplo de fé e de alegria e a nossa palavra cheia de vibração a levar os que nos rodeiam ao encontro de Cristo ressuscitado.
A pequena Jacinta, já muito doente, ia à missa à igreja de Fátima, bastante distante: Um dia de semana disse-lhe a Lúcia: – Não vás, porque não podes e não é domingo.
E a pequenita respondeu: – Olha, vou por aqueles que nem ao domingo querem ir.
Saibamos oferecer sacrifícios e rezar por aqueles que não vão e não tenhamos vergonha de chamar os nossos amigos e os nossos familiares. Contamos com a força que nos vem de Cristo ressuscitado, que quer salvar todos os homens.
A Igreja felicita Maria neste tempo pela ressurreição de Seu Filho. Que Ela nos encha de alegria pascal para celebrar com mais fé e entusiasmo a Sua presença viva na Eucaristia.

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