Iniciativa marcada para 24 de abril quer ser sinal de paz para «drama» que se arrasta desde 2014
Cidade do Vaticano, 03 abr 2016 (Ecclesia) – O Papa Francisco anunciou hoje no Vaticano que vai promover uma “coleta especial” em favor da população da Ucrânia, a 24 de abril, em todas as igrejas católicas da Europa.
“Desejo vivamente que este gesto possa ajudar a promover sem mais demoras a paz e o respeito pelo Direito nesta terra tão provada”, disse, no final da Missa a que presidiu na Praça de São Pedro, por ocasião do domingo da Divina Misericórdia.
Num dia que considerou o “coração” do Ano Santo extraordinário da misericórdia, Francisco evocou “todas as populações que têm maior sede de reconciliação e de paz”.
“Penso, em particular, aqui na Europa, no drama de quem sofre as consequências da violência na Ucrânia, dos que ficaram nas terras devastadas pelas hostilidades que já causaram vários milhares de mortos”, referiu.
O Papa disse que o conflito atinge sobretudo “idosos e crianças”, falando em mais de um milhão de pessoas que foram obrigadas a deixar a sua terra, “por causa da grave situação que perdura”.
O conflito na Ucrânia arrasta-se desde novembro de 2014, em particular no leste do país, colocando em confronto grupos separatistas pró-russos e as forças de Kiev pelo controlo de território.
Desde a queda de Viktor Ianukovitch, que tinha decidido renunciar a um acordo comercial com a União Europeia, a população da península da Crimeia optou pela secessão com a Ucrânia e outras regiões têm manifestado a mesma pretensão.
O Papa afirmou que acompanha “constantemente” em pensamento e na oração a situação do povo ucraniano, tendo por isso decidido promover um gesto de “ajuda humanitária” em seu favor.
“Este gesto de caridade, para além de aliviar os sofrimentos materiais, quer exprimir a minha proximidade e solidariedade pessoal e a de toda a Igreja em relação à Ucrânia”, explicou.
“Convido os fiéis a unir-se a esta iniciativa do Papa com um contributo generoso”, acrescentou.
A oração pela paz estendeu-se depois à jornada internacional contra as minas antipessoais, que se assinala esta segunda-feira.
“Demasiadas pessoas continuam a ser mortas ou mutiladas por estas armas terríveis e homens e mulheres corajosas arriscam a vida para recuperar os terrenos minados: renovemos, por favor, o compromisso por um mundo sem minas”, concluiu o Papa.
OC