TEMPO PARA DEUS

O nosso Deus é o Senhor do tempo e da vida. Tudo é d’Ele, tudo Lhe pertence. E nós próprios, pelo dom da criação e da redenção, não somos nossos: somos de Deus. O tempo, como os bens, são dons para nós administrarmos. Não podemos abusar do tempo nem menos prezar o seu uso. Tudo, até o uso do tempo, deve estar conforme a vontade de Deus. Não podemos desbaratar, não podemos menosprezar, não podemos usar mal o tempo, dom precioso que Deus nos dá para vivermos. Se tudo é nosso, nós somos de Cristo e Cristo é de Deus. Tudo veio da fonte: o amor trinitário. Tudo deve, através de nós, como administradores, caminhar para a Trindade. Tudo na nossa vida, até o tempo que usamos, deve ter esse cunho, essa originalidade, essa radicalidade.
Não é verdade que muitas vezes nos queixamos de não termos tempo para muitas coisas que gostávamos de fazer? Não é verdade que muitas vezes tratamos mal, usamos mal, o tempo em coisas, porventura, menos necessárias e mais fúteis e nos falta depois o tempo para o mais essencial? Não é verdade que muitos gastamos tempo no lazer, na televisão, na futilidade da vida e, depois, nos queimamos que não temos tempo para rezar, para ler algo formativo, para participar mais na vida sacramental? Não é verdade que cada um usa o tempo como quer, muitas vezes ao ritmo do seu gosto e prazer, para não dizer do seu comodismo e egoísmo, e depois não tem tempo para exercer a caridade e colocar em prática as obras de misericórdia? E também não é verdade que muitas pessoas, umas por necessidade, outras por avareza e busca desenfreada de bens e de fortuna, trabalham demasiado e não dão tempo ao descanso, ao sono, à família, ao próprio lazer? Precisamos de aprender a ser bons administradores do tempo que temos para usar. Precisamos de saber discernir o modo como usar melhor o nosso tempo, que tem de ser sempre tempo para Deus e com Deus, pois na nossa vida nada pode ser profano, tudo tem o selo do divino e do sagrado.
Muitos de nós queixamo-nos da falta de tempo para certas atividades como, por exemplo, rezar. Parece que o assunto, o tema, está mal colocado. Temos habitualmente tempo para o que queremos, para aquilo que nos determinamos, para aquilo que está em primeiro lugar na nossa escala de valores. Precisamos de estudar um programa, ter uma estratégia, saber ter as nossas prioridades. Habitualmente, não nos falta tempo para conversar, porventura, para a crítica, porque falta para a oração? E quem diz isto diz, sem dúvida, muitas outras coisas que, se houvesse escala de valores e prioridades, não nos faltaria o tempo: saberíamos cortar tempo à televisão para rezarmos ou dormirmos mais, que às vezes também é grande necessidade e urgência, pois sem descanso andamos mais nervosos, correm-nos pior o trabalho e as relações com os outros.
As férias, que são um direito e um dever, são parte do tempo que temos para desfrutar, mas, infelizmente, nem todos as podem gozar. Poderão ser tempo oportuno de um maior encontro com Deus; são um tempo precioso para nos encontrarmos mais connosco, com os outros, com Deus. Quem dera que todos pudessem ter umas férias boas e repousantes!

Tempo para Deus – já que, ao longo do ano, a azáfama da vida, os horários em reboliço, o stresse, o cansaço nos impedem, tantas vezes, de darmos a Deus um pouco de tempo, de oração, de reflexão, as férias poderão ser esse tempo privilegiado de encontro com Deus, de sossego n’Ele, de maior intimidade … uma visita a um santuário, um tempo de maior oração, por exemplo, são meios de verdadeiro encontro.

Tempo para Deus – através da contemplação da natureza, do verde da floresta, das ondas do mar, da imensidade do oceano, da beleza das flores, dos montes e dos vales, para que Deus possa ser mais amado e mais contemplado através da beleza das suas criaturas. Tempo para Ele, tempo com Ele, encontro com Deus presente em tudo e em todos.

Tempo para Deus – através duma boa leitura, duma reflexão mais séria, duma reciclagem interior e cultural, duma formação mais atenta e cuidada. Falta-nos, muitas vezes, ao longo do ano, tempo para a leitura, para a formação religiosa e cultural. Ora, as férias poderão ser esse espaço privilegiado; um modo de nos encontrarmos com o Senhor e de ficarmos mais enriquecidos.

Tempo para Deus – dando mais tempo à família, ao diálogo, ao convívio amigo, pois ao longo do ano, por razões várias, nem sempre o podemos fazer. E Deus está aí, onde dois ou três se reúnem em seu nome, Deus ama a paz e o diálogo, a comunhão familiar e amiga, pois através dela podemos encontra-Lo dum modo diferente e renovado.

Tempo para Deus – um desafio para as nossas férias… todos sairemos mais enriquecidos e mais felizes…
Tempo para Deus – uma oportunidade a não perder

Fonte:
Voz da Fátima 13 de julho de 2018

Autor : Pe. Dário Pedroso

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