É um erro enorme julgar que a liberdade é a capacidade de ter sempre por onde escolher. Não é.
Depois de se ter escolhido um caminho é preciso ser fiel a ele. Afastando as tentações para mudar de rumo, que aparecem assim que começam a surgir adversidades mais fortes.
Ser livre é dizer ‘sim’ a uma opção e ‘não’ a todas as outras. Resistindo ao tempo, às aparências e aos apetites. Continuando, mesmo quando o mal nos seduz a voltar atrás e ficarmos ali… sem escolher nada. É curioso como o mal nos quer sempre desviar do bem, ao ponto de as contrariedades inesperadas poderem ser uma espécie de sinal de que estamos no caminho certo!
Talvez tudo comece com a descoberta dos nossos valores. É necessário tempo e serenidade para chegarmos às profundezas do nosso coração e para lá encontrarmos essas balanças e bússolas, que sabem pesar as hipóteses e apontam para o bem.
Depois, assim que surge uma possibilidade de escolha, temos de escolher de acordo com o que somos e com o que queremos ser.
No exato instante em que decidimos, não se acaba a liberdade, antes sim começa a sua etapa mais bela e importante: sermos fiéis a nós mesmos. Sem temores nem tremores, porque de nada vale a alguém a maior riqueza do mundo, se se perdeu de si mesmo, se se quis desviar em busca de ser outro…
E se tivermos escolhido mal? Se cometermos um erro? Então, não voltamos atrás. Assumimos o fracasso, e todas as consequências, e seguimos adiante, sem desculpas nem explicações. Com renovada responsabilidade para nos escolhermos bem, para nos escolhermos melhor.
Ser livre não é querer tudo, tentado até escolher duas ou três coisas ao mesmo tempo. Voltando atrás assim que nos sentimos a perder algo bom de um outro caminho.
Estamos condenados, e ainda bem, a escolher um caminho. Um só.
Ser livre é saber querer, mas é, em especial, saber ser leal ao que escolhemos antes.
Ser livre é comprometer-se consigo mesmo.
Fonte: https://agencia.ecclesia.pt/
Autor:José Luís Nunes Martins