É no coração que se sente a felicidade e é aí que mais dói a solidão. Uma ferida sempre aberta que sente tudo com grande intensidade, chegando a fazer-nos chorar de alegria, de tristeza e também, muitas vezes, sem porquê. Quando amamos, o espaço e o tempo sentem-se como coisas ainda mais concretas do que as pedras.
É possível amarmos sem que quem amamos saiba do nosso amor. Talvez até seja verdade que só ama quem é amado, mesmo não sabendo quem o ama nem quanto o assim quer feliz.
Sem amor, ninguém é feliz, mas por causa dele, cada coração tem em si o céu e o inferno. Talvez a nossa vida seja uma história de amor do primeiro ao último dia, passando por todo o tipo de paisagens. Os tempos aproximam-nos ou afastam-nos, mas nada podem perante o que nos une aos que amamos.
É o amor que nutrimos por alguém que o faz sempre presente na nossa vida. Assim também, cada um de nós habita no coração de quem nos ama, mesmo quando nos julgamos sós e abandonados.
Há corações doentes, ou por não se julgarem capazes de abraçar a dor de amar, ou por não compreenderem como é possível amar sem se sentir amado… A existência plena implica o sofrimento inevitável que decorre de sermos vida e vida em abundância.
Quem não ama, não vive. Não há maior infelicidade do que a de quem não ama.
Ser só é não ser.
O amor é uma árvore com duas raízes, uma no coração de quem ama e outra no de quem é amado. E assim é, mesmo quando quem é amado se julga sem ninguém que lhe queira o maior bem.
Ama, deixa que a vontade que a vida tem de si mesma faça brotar em ti as mais belas flores e frutos. Vida em ti, vida para os outros através de ti.
Fonte: https://agencia.ecclesia.pt/
Autor: José Luís Nunes Martins